O governo do Iraque acusou o Exército de Israel de violar espaço aéreo iraquiano durante uma série de ataques ao Irã no sábado, 26. Em comunicado publicado nesta segunda-feira, um porta-voz do governo iraquiano disse ter enviado uma carta de protesto às Nações Unidas para condenar a suposta violação.
“O governo iraquiano reafirma seu firme compromisso com a soberania, independência e integridade territorial iraquiana”, diz o texto, assinado por Basim Alawdi, acrescentando que o país “não irá permitir que o espaço aéreo ou terrestre iraquiano sejam usados para ataques contra outras nações, especialmente vizinhos com quem o Iraque compartilha interesses e respeito mútuos”.
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Dezenas de jatos israelenses completaram três ondas de ataques na madrugada do último sábado. A operação, descrita pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) como uma retaliação necessária aos avanços iranianos e de seus aliados, teve como alvo específico instalações de produção de mísseis e sistemas de mísseis terra-ar. Os ataques tiveram como estratégia evitar infraestrutura crítica, como petróleo e instalações nucleares, aderindo aos pedidos dos Estados Unidos por contenção para evitar uma nova escalada na região já bastante castigadas pelas guerras.
Perguntado pela rede americana CNN se foi usado espaço aéreo iraquiano para os ataques, o Exército israelense disse não ter mais o que elaborar além do que já foi dito.
O Irã relatou que suas defesas aéreas interceptaram muitos dos ataques recebidos, alegando que “danos limitados” ocorreram em várias instalações militares nas províncias de Teerã, Ilam e Khuzestan. No entanto, o alto comando militar admitiu que dois soldados iranianos foram mortos durante os ataques. As autoridades locais prometeram uma “reação proporcional”, mas também enfatizaram seu comprometimento com a paz e a segurança regionais, sugerindo uma resposta mais comedida do que em episódios anteriores.
O pano de fundo desses eventos inclui tensões elevadas após uma barragem de aproximadamente 200 mísseis balísticos lançados pelo Irã em direção a Israel no dia 1º de outubro, o que resultou em uma vítima na Cisjordânia. O conflito em andamento foi exacerbado pelas operações militares de Israel contra grupos apoiados pelo Irã em Gaza e no Líbano, aumentando os temores de uma guerra regional mais ampla.
O Irã apoia o Hezbollah, que está envolvido em combates pesados com as forças israelenses no Líbano, e também o grupo militante palestino Hamas, que está lutando contra Israel na Faixa de Gaza.