O governo do Irã realizou nesta quinta-feira, 8, a primeira execução de um manifestante envolvido nos protestos contra o regime, que começaram em setembro. De acordo com a agência de notícias Tasnim, um homem foi enforcado por ferir um policial com uma faca e bloquear uma rua em Teerã.
Os protestos eclodiram em todo o país após a morte de Mahsa Amini, uma jovem curda de 22 anos, em 16 de setembro, e são o maior movimento popular de rua no país desde a Revolução Islâmica de 1979.
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Com uma forte repressão, a Guarda Revolucionária instou o governo do judiciário a emitir julgamentos rápidos e decisivos contra aqueles que cometerem “crimes contra a segurança da nação e do Islã”.
A mídia estatal nacional publicou um vídeo do que disse ser a confissão do acusado, Mohsen Shekari, onde ele aparece com um hematoma no lado direito do rosto. Ele admitiu ter agredido um membro da milícia Basij com uma faca e ter bloqueado uma estrada com sua motocicleta ao lado de um de seus amigos.
Grupos de direitos humanos espalhados pelo mundo condenaram a execução e disseram que Shekari foi torturado e forçado a confessar o crime.
“O desprezo do regime iraniano pela humanidade não conhece limites. Mas a ameaça de execução não sufocará a vontade de liberdade das pessoas”, disse a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Bardock.
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Já a Anistia Internacional disse que o governo iraniano condenou pelo menos 21 pessoas envolvidas nos protestos à pena de morte, no que chamou de “julgamentos falsos destinados a intimidar os participantes do levante popular que abalou o Irã”.
“As autoridades iranianas devem anular imediatamente todas as sentenças de morte, abster-se de buscar a imposição da pena de morte e retirar todas as acusações contra os presos em conexão com sua participação pacífica em protestos”, afirmou a organização.
O porta-voz do Judiciário do Irã, Masoud Setayeshi, disse que além de Shekari, outras cinco pessoas foram condenadas à morte pelo assassinato de um outro membro da Basij em um veredito que cabe recurso.
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Mesmo antes do início das manifestações por Amini, o número de execuções já estava crescendo no Irã. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o total de óbitos via condenação ultrapassou a marca de 400 em setembro pela primeira vez em cinco anos.