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Irã prende jogador de futebol após protesto da seleção na Copa do Mundo

Detenção de Voria Ghafouri, ex-capitão do clube Teerã Esteghlal, ocorre depois que jogadores se recusaram a cantar hino no Catar

Por Da Redação
24 nov 2022, 15h21
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  • A polícia do Irã prendeu nesta quinta-feira, 24, um dos jogadores de futebol mais famosos do país, acusando-o de espalhar propaganda contra a república islâmica e tentar minar a seleção nacional da Copa do Mundo.

    Voria Ghafouri, ex-capitão do clube Teerã Esteghlal, é um ativo defensor da minoria curda iraniana, e já mandou recados ao governo nas redes sociais para “parar de matar curdos”. Ele já havia sido detido anteriormente por criticar o ex-ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif.

    O Irã enfrenta o País de Gales nesta sexta-feira, 24, na sua segunda partida da Copa do Mundo. A seleção iraniana já se envolveu em polêmica depois de não cantar o hino nacional antes do jogo contra a Inglaterra, e a prisão de Ghafouri é vista como um aviso para os jogadores não repetirem seus protestos.

    O jogador foi detido após um treino com seu time, o Foolad Khuzestan, sob a acusação de ter “manchado a reputação da seleção nacional e espalhado propaganda contra o Estado”, disse a agência de notícias Fars.

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    Outras agências afirmaram que ele também foi acusado de “insultar e pretender destruir a seleção nacional de futebol e falar contra o regime”.

    Nos últimos dias, ministros acusaram Ghafouri de ser um separatista curdo, mas ele respondeu que daria sua vida pelo Irã. No início deste ano, o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, disse que “algumas pessoas, que se beneficiam da paz e segurança do país, desfrutando de seus empregos e de seus esportes favoritos, mordem a mão que os alimenta”.

    O jogador de 35 anos fez parte da seleção do Irã na Copa do Mundo de 2018, mas não foi incluído na escalação final da edição deste ano no Catar.

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    Recentemente, Ghafouri postou uma foto no Instagram vestindo roupas tradicionais curdas nas montanhas do Curdistão, e também visitou feridos nos protestos que varrem o país desde a morte de Mahsa Amini, uma jovem curda de 22 anos, sob a custódia da polícia.

    Em 2019, ele distribuiu camisetas em homenagem a Sahar Khodayari, uma mulher que se autoimolou após ser condenada à prisão por tentar assistir a uma partida de futebol no estádio Azadi.

    Após outro incidente de violência contra torcedoras em 2021, Ghafouri escreveu no Instagram: “Como jogador de futebol, me sinto humilhado quando jogo em uma época em que nossas mães e irmãs são proibidas de entrar em estádios”.

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