Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Irã ameaça romper comércio com Brasil caso navios não sejam abastecidos

Embaixador comunicou as autoridades brasileiras sobre a possibilidade de boicote, caso a Petrobras não abasteça as embarcações paradas no litoral do Paraná

Por Da Redação
Atualizado em 25 jul 2019, 11h35 - Publicado em 24 jul 2019, 16h47

O embaixador do Irã em Brasília, Seyed Ali Saghaeyan, afirmou nesta quarta-feira, 24,, em entrevista coletiva, que o país pode boicotar as importações brasileiras caso os navios parados no litoral do Paraná não sejam abastecidos, segundo o portal da agência de notícias Bloomberg.

O embaixador disse que pode facilmente encontrar novos parceiros comerciais.

“Eu disse aos brasileiros que são eles que devem resolver o problema, não os iranianos”, afirmou. “Mas se não for resolvido, talvez as autoridades em Teerã tenham que tomar algumas decisões, porque isso é o livre-comércio e outros países estão disponíveis”, completou.

O Irã é o principal parceiro comercial brasileiro no Oriente Médio e o principal importador do milho produzido no Brasil, segundo dados do Ministério da Economia. Somente entre janeiro e junho deste ano, Teerã foi responsável pela compra de 28% desta commoditie — o maior porcentual entre todos os parceiros comerciais —, no que se traduz em 470 milhões de dólares.

Além do milho, o país persa foi o terceiro que mais comprou carne bovina brasileira em 2019, atrás somente da China e dos Emirados Árabes Unidos, totalizando 154 milhões de dólares em exportações.

Continua após a publicidade

Em contrapartida, o Brasil importa apenas 26 milhões de dólares em produtos iranianos, o que representa uma balança superavitária em 1,273 bilhões de dólares a favor da economia brasileira.

O problema ao qual Seyed se refere são os dois navios cargueiros que estão sem combustível no porto de Paranaguá, litoral do Paraná, que a Petrobras se recusa a abastecer temendo represálias do governo americano — ambas as embarcações estão na lista de restrições imposta pelo governo americano.

Consultado, o Itamaraty informou que o assunto está sob “consideração do Supremo Tribunal Federal em segredo de Justiça” e que não comentará o caso.

Continua após a publicidade

No domingo 21, o presidente Jair Bolsonaro, ao ser questionado sobre a situação dos navios, disse “que nós estamos alinhados à política deles [Estados Unidos]. Então, fazemos o que tem de fazer”. Na sexta-feira 19, o presidente declarou que avisou as empresas brasileiras sobre o risco de fazer comércio com o Irã por estarem suscetíveis a represálias dos Estados Unidos.

As duas embarcações, que estão paradas no porto, deverão retornar ao Irã com uma carga de 100 toneladas de milho. O produto brasileiro não pode sofrer sanções, porém, o que preocupa a estatal brasileira é a carga de origem que está sujeita a restrições: a ureia.

Em nota, a Petrobras informou que caso “venha a abastecer esses navios, ficará sujeita ao risco de ser incluída na mesma lista, sofrendo graves prejuízos decorrentes dessa sanção”.

Continua após a publicidade

A justiça deu uma liminar favorável às embarcações obrigando a Petrobras a abastecer os navios, porém, a Procuradoria-Geral da União derrubou a decisão e endossou a tese de que fornecer combustível a embarcações sancionadas pelos Estados Unidos poderá criar problemas diplomáticos ao Brasil.

A escalada de tensões entre Estados Unidos e Irã vem se agravando desde a saída unilateral americana em 2018 do acordo nuclear. O documento visa a restringir a capacidade iraniana de enriquecer urânio em troca da retirada de sanções econômicas.

Em um ano desde a saída, os Estados Unidos voltaram com as sanções pré-acordo contra o Irã e estabeleceram novas e enviaram mais tropas à região do Golfo Pérsico. Em contrapartida, vários navios petroleiros foram sabotados, atacados e capturados no Golfo. Teerã nega a autoria de alguns, mas afirma que outras ações na região, como a apreensão de um petroleiro britânico, foram feitas pelo exército iraniano.

O ápice das tensões foi o abate de um drone americano no Estreito de Ormuz. Teerã diz ter abatido o avião não tripulado quando ele invadiu seu espaço aéreo, já os americanos dizem que a aeronave estava sobrevoando águas internacionais. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou uma ação militar como represália, porém recuou logo em seguida. Semanas depois, o Exército americano anunciou que teria abatido um drone iraniano, mas Teerã contesta a versão e diz que não perdeu nenhum equipamento militar naquele dia.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.