O grupo feminista russo Pussy Riot reivindicou, por meio das suas redes sociais, a autoria de um protesto com a invasão do campo da final da Copa do Mundo entre França e Croácia, no estádo Lujniki, em Moscou. No manifesto divulgado, as militantes protestam contra a falta de liberdade política na Rússia comandada pelo presidente Vladimir Putin.
São cinco as “demandas” com o protesto. A primeira é “libertar todos os prisioneiros”, a segunda é “não perder por ‘curtidas”, a terceira é “parar as prisões ilegais”, a quarta “permitir competição política na Rússia”, a quinta é “não fabricar acusações criminais e não manter pessoas na prisão sem razão”. Há, ainda, uma sexta, que é “transformar o policial da terra em policial do paraíso”, em uma metáfora feita com um poema do russo Dmitriy Prigov.
O protesto do Pussy Riot é uma péssima notícia para o presidente Putin, que tinha como grande objetivo político com a Copa do Mundo ocultar as controvérsias em torno do seu predomínio na política russa, marcado por acusações de perseguição contra adversários políticos.
“O policial do paraíso é o organizador da bela festa da Copa do Mundo da FIFA, o policial da terra tem medo da celebração. O policial do paraíso atentamente assiste à obediência das regras, o policial da terra entra no jogo sem se preocupar com as regras”, ironiza o grupo em trecho de poema que acompanhou as demandas.
O Pussy Riot ganhou notoriedade em 2012, quando suas militantes foram presas ao invadir uma igreja ortodoxa russa, em Moscou, para protestar contra a anuência religiosa ao que apontam como os desmandos do governo Putin na Rússia. As militantes que participaram dessa ação foram, à época, condenadas por vandalismo e presas, sendo soltas posteriormente.