A startup chinesa Deep Blue Aerospace vendeu nesta quinta-feira 24 os dois primeiros ingressos para um voo espacial de aproximadamente 12 minutos, previsto para 2027, de acordo com a empresa. Cada bilhete foi vendido por 1,5 milhão de yuans (cerca de R$ 1,2 milhão) durante uma “live” na plataforma de compras chinesa Taobao, que atraiu cerca de 3 milhões de pessoas.
Os ingressos esgotaram “imediatamente”, de acordo com o Global Times, jornal chinês vinculado ao estado.
O foguete Nebula-1, projetado para levar o CEO da empresa e mais cinco passageiros ao espaço, ainda está em fase de desenvolvimento. Durante a viagem de 2027, os passageiros serão levados em um voo suborbital. Ou seja, o foguete chegará ao espaço sideral, mas não entrará em órbita, de acordo com um comunicado divulgado pela Deep Blue Aerospace em suas redes sociais.
Problemas nos testes
No mês passado, a Deep Blue Aerospace enfrentou desafios durante um voo de teste, que não foi concluído com sucesso, resultando na queda do foguete em sua fase final. A empresa programou um novo teste para o próximo mês e planeja aumentar a frequência dos testes em 2025 e 2026 para garantir a “segurança e confiabilidade das viagens tripuladas suborbitais”.
Durante a transmissão de vendas, o CEO e fundador da Deep Blue, Huo Liang, expressou otimismo em relação à missão de 2027, afirmando que os passageiros poderão soltar os cintos de segurança no espaço e “se mover como peixes” no ambiente de microgravidade, onde sentem “exatamente a mesma coisa seja deitados ou em pé”.
“Nesta experiência, você pode não apenas ver como a Terra é redonda, mas também o vasto universo e o planeta azul onde os humanos vivem”, disse Huo, que fundou a empresa em 2016.
Já os comentaristas da transmissão ao vivo pareciam expressar um ceticismo irônico sobre a viagem. “(Se formos), podemos voltar?”, perguntou um deles.
Turismo espacial
O setor de voos espaciais comerciais com passageiros ainda está em estágio inicial, com empresas americanas como Blue Origin, de Jeff Bezos, e a SpaceX, de Elon Musk, assumindo a liderança no setor.
Outras empresas chinesas também estão se preparando para entrar no negócio em expansão. A CAS Space, por exemplo, anunciou em maio que planeja iniciar voos turísticos ao espaço até 2028, com preços de passagens estimados entre 2 e 3 milhões de yuans (cerca de R$ 1,6 milhão a R$ 2,4 milhões), de acordo com a mídia estatal chinesa.