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Importante mediador da guerra, Catar diz que Israel comete ‘genocídio’

Xeque al-Thani fala em 'assassinato sistêmico e proposital de civis'; ONU afirma que 'não há zonas seguras' em Gaza, como prometido por Tel Aviv

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2023, 08h53 - Publicado em 5 dez 2023, 08h52
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  • O emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad al-Thani, descreveu a campanha militar de Israel em Gaza como um “genocídio” nesta terça-feira, 5. Um importante mediador entre ambos lados do conflito no Oriente Médio, a nação árabe foi crucial para o acordo de trégua temporária que levou à libertação de mais de 100 reféns do Hamas na semana passada, e os comentários de seu líder diminuem as esperanças de um retorno às negociações.

    Em comentários feitos na abertura da cúpula do conselho de cooperação do Golfo em Doha, al-Thani disse era “uma vergonha” para a comunidade internacional permitir que o conflito continue.

    “As forças de ocupação de Israel violaram todos os valores políticos, éticos e humanitários”, disparou, acusando Tel Aviv de “assassinato sistêmico e proposital de civis inocentes e desarmados”.

    Negociações distantes

    O Catar teve um papel significativo na mediação da trégua temporária entre Israel e o Hamas, que abriu caminho à libertação de mais de 100 reféns mantidos em Gaza desde o ataque de 7 de outubro. Em troca, Israel libertou vários palestinos detidos em suas prisões.

    “Este é um genocídio cometido por Israel”, concluiu, em apelos ao Conselho de Segurança da ONU para forçar o Estado israelense a regressar à mesa de negociações.

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    Sem zonas seguras

    Os comentários do emir ocorrem enquanto as forças israelenses prosseguem com o bombardeio aéreo e terrestre do sul da Faixa de Gaza, novo foco da sua operação militar no enclave palestino. O aliado mais próximo de Israel, os Estados Unidos, afirmou na semana passada, quando acabou a trégua, que Tel Aviv não atacaria zonas identificadas como “seguras”.

    No entanto, nesta terça-feira, Philippe Lazzarini, que dirige a agência da ONU para os refugiados palestinos em Gaza (UNRWA), declarou que essas zonas seguras eram falsas.

    “Dissemos isso repetidamente. Estamos dizendo novamente. Nenhum lugar é seguro em Gaza, seja no sul ou no sudoeste, seja em Rafah ou em qualquer área chamada unilateralmente de ‘zona segura'”, disse ele.

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    Hospitais ameaçados

    O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, reiterou os apelos para que Israel proteja os civis e a infraestrutura civil, incluindo hospitais.

    “A OMS recebeu uma notificação das Forças de Defesa de Israel de que deveríamos retirar os nossos suprimentos do nosso armazém médico no sul de Gaza dentro de 24 horas, uma vez que as operações terrestres o colocarão fora de uso”, postou ele no X, anteriormente conhecido como Twitter, na segunda-feira.

    O Ministério da Saúde de Gaza afirma que cerca de 900 palestinos foram mortos desde que a trégua terminou na última sexta-feira.

    Israel acusa o Hamas de usar civis como “escudos humanos” e colocá-los em perigo deliberadamente ao operar a partir de infraestruturas civis, inclusive em túneis que só podem ser destruídos por bombas. O Hamas nega as alegações.

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