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Imagens de satélite revelam onde Rússia pode armazenar armas nucleares

Análise indica que, pela primeira vez, governo russo estoca tipo de armamento fora do país desde o fim da União Soviética, em 1991

Por Da Redação
10 Maio 2024, 15h58

Uma investigação divulgada nesta sexta-feira, 10, pelo jornal americano The New York Times revelou que a Rússia tem construído instalações capazes de armazenar ogivas nucleares em Belarus. As imagens foram capturadas por satélites e mostram a adição recente de um sistema de defesa aérea, um novo posto de segurança e a aplicação de uma cerca tripla ao redor de um bunker. O estoque na nação vizinha representaria a primeira vez em que o governo russo estoca esse tipo de armamento fora do país desde a queda da União Soviética, em 1991.

https://x.com/Geopoliticabras/status/1788996086184497270

As melhorias em um depósito de munições em Belarus sugerem que o presidente russo colocou em prática os planos de março do ano passado, quando disse que terminaria em breve a construção de um “armazenamento especial para armas nucleares tácticas” no país vizinho. O local está situado a 190 quilômetros ao norte da fronteira ucraniana, próximo à cidade de Asipovichy, que já armazenou armas nucleares durante a Guerra Fria (1947-1991) e onde estão os mísseis Iskander de Belarus, que podem ser usados ​​para lançar ogivas, entregues pela Rússia em 2022.

+ Rússia ameaça fazer treinos nucleares se Ocidente enviar tropas à Ucrânia

Tensões com a Otan

A mudança, segundo a reportagem, teria como finalidade reforçar a ameaça nuclear lançada por Vladimir Putin, que levanta a possibilidade de uso dos dispositivos na guerra contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, caso tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sejam enviadas para o campo de batalha em apoio aos ucranianos. Até o momento, as armas nucleares russas estavam dispersas em territórios próximos à Ucrânia e a países da Otan — a Rússia faz fronteira com seis deles: Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Finlândia e Noruega

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Hans Kristensen, da Federação de Cientistas Americanos, disse ao NYT que os aprimoramentos do depósito bielorrusso “parecem concebidos para enervar os Estados-membros da OTAN, mas não darão à Rússia uma nova vantagem militar significativa na região”.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou na segunda-feira, 6, que a Rússia considera iniciar “exercícios táticos” com armas nucleares, em resposta a declarações recentes vindas de autoridades do Ocidente sobre o possível envio de soldados europeus e americanos à Ucrânia.  No mesmo dia, a Otan afirmou que a “retórica nuclear da Rússia é perigosa e irresponsável”.

“A Otan permanece vigilante. A nossa dissuasão coletiva e postura de defesa continuarão a garantir que cada centímetro do território aliado seja protegido”, disse a porta-voz da aliança, Farah Dakhlallah, à agência de notícias italiana ANSA.

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