Honduras aciona Interpol e emite ordem de prisão contra ex-presidente perdoado por Trump
Juan Orlando Hernández, cuja condenação por narcotráfico nos EUA foi suspensa, é alvo de novas acusações por lavagem de dinheiro e fraude
O Ministério Público de Honduras expediu nesta segunda-feira, 8, um mandado de prisão contra o ex-presidente Juan Orlando Hernández, libertado há poucos dias de uma penitenciária federal nos Estados Unidos depois de receber um indulto concedido por Donald Trump. O ex-mandatário é investigado no caso Pandora II, que apura desvio de recursos públicos. Sua defesa afirma que a nova investida tem motivação política na disputa entre o governista Libre e o Partido Nacional, legenda que Hernández já comandou.
O procurador-geral hondurenho, Johel Antonio Zelaya, afirmou ter acionado imediatamente órgãos do governo e a Interpol para localizar o ex-presidente, acusado de lavagem de dinheiro e fraude. Em publicação no X, disse que o país foi “ferido pelos tentáculos da corrupção” e divulgou a decisão da Suprema Corte que autorizou a prisão — datada de 28 de novembro, o mesmo dia em que Trump anunciou intenção de perdoar Hernández.
O ex-presidente governou Honduras entre 2014 e 2022 e foi condenado nos Estados Unidos a 45 anos de prisão e multa milionária por envolvimento com o narcotráfico. A pena deixou de valer após o indulto assinado por Trump no início de dezembro, ato que gerou críticas tanto de republicanos quanto de democratas no Congresso.
+ A hipocrisia de Trump na guerra ao narcotráfico após indulto ao ex-presidente de Honduras
Pandora II
As novas acusações no país centro-americano estão ligadas ao caso Pandora II, investigação que abalou a elite política e empresarial hondurenha. Segundo os promotores, o ex-presidente teria desviado cerca de US$ 2,4 milhões por meio de contratos públicos para financiar sua campanha de 2013.
A defesa de Hernández classificou o mandado como manobra eleitoral em meio à apuração dos votos da eleição presidencial hondurenha, que, em meio a acusações de fraude, mostra pequena vantagem do conservador Nasry Asfura, candidato apoiado por Trump. O advogado do ex-mandatário, Renato Stabile, disse à imprensa que se trata de uma “peça de teatro político” do partido governista Libre, rival histórico do Partido Nacional, liderança que Hernández já comandou.
Por outro lado, a unidade anticorrupção do país diz que Hernández já estava sujeito a um pedido internacional de captura desde 2023. Caso não se entregue voluntariamente, o MP informou que buscará sua extradição junto aos Estados Unidos.
Ao anunciar o perdão, Trump chamou o processo contra o hondurenho de “caça às bruxas” e disse estar “tranquilo” com a decisão. Hernández agradeceu publicamente ao republicano e afirmou que sua condenação teria sido baseada em depoimentos de criminosos interessados em prejudicá-lo.
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