Um morador de rua que prestou socorro após o atentado de Manchester, na Inglaterra, e que foi reconhecido como um herói na época, admitiu nesta quarta-feira ter roubado as vítimas.
Imagens da rede de segurança apresentadas durante uma audiência judicial mostram Chris Parker, de 33 anos, andando em meio a vítimas que sangravam no chão depois que uma bomba explodiu na saída do show da cantora Ariana Grande. Em determinado momento, ele pega a bolsa de Pauline Healey, que acompanhava sua neta de 14 anos que estava deitada no chão ao seu lado com ferimentos graves. Registros apresentados em juízo mostram que ele teria usado o cartão de crédito de Healey em um restaurante de fast-food próximo horas depois.
Parker foi entrevistado pela imprensa britânica após o atentado terrorista executado por Salman Abedi — também reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico — que deixou 22 mortos. Ele contou que estava pedindo dinheiro do lado de fora da estádio onde acontecia o show quando a explosão aconteceu. À agência de notícias britânica Press Association, ele disse que ouviu “um bang e menos de um segundo depois havia fumaça e gritos”.
“A explosão me jogou no chão e, quando eu me levantei, em vez de correr para longe eu tive um instinto de voltar e tentar ajudar”, disse à época. “Tinha gente no chão por todo o lado”, contou, acrescentando que uma mulher morreu em seus braços e que ele tinha ajudado a resgatar uma menina cuja mãe não resistiu à explosão.
Parker, que já foi condenado outras vezes pelos crimes de furto e roubo, também foi acusado de roubar um telefone celular de uma adolescente. Ele não compareceu à audiência judicial na terça-feira e foi encontrado e preso pela polícia se escondendo em uma casa na cidade de Halifax, a cerca de 45 quilômetros de Manchester.