O braço político do grupo terrorista palestino Hamas sugeriu nesta sexta-feira, 12, a criação de um governo independente com figuras apartidárias para liderar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia após o fim da guerra contra Israel.
Husam Badran, membro do gabinete político do Hamas, propôs durante as negociações de cessar-fogo que “um governo de competência nacional apartidário gerenciasse Gaza e a Cisjordânia após a guerra”.
O potencial governo administraria “os assuntos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia na fase inicial após a guerra, abrindo caminho para eleições gerais”, informou um funcionário do Hamas à agência de notícias AFP. A proposta foi apresentada aos mediadores do Catar, Egito e Estados Unidos.
“A administração de Gaza após a guerra é um assunto interno palestino, sem nenhuma interferência externa, e não discutiremos o pós-guerra em Gaza com nenhuma parte externa”, enfatizou Badran.
Proposta de cessar-fogo
A proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos para libertar os reféns israelenses sequestrados pelo Hamas e os palestinos presos por Israel foi aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas no mês passado, com 14 votos a favor e uma abstenção — da Rússia.
Segundo o líder americano, a proposta transmitida pelo Catar ao Hamas apresenta, como em planos anteriores, algumas fases. A primeira duraria seis semanas e incluiria um “cessar-fogo total e completo, com a retirada das forças israelenses de todas as áreas povoadas de Gaza”, além da “libertação de uma série de reféns, incluindo mulheres, idosos e feridos, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos”.
Já a fase dois permitiria a troca de prisioneiros palestinos “pela libertação de todos os reféns vivos restantes, incluindo soldados do sexo masculino”, o que não estava previsto anteriormente. Na terceira, segundo Biden, começaria “um grande plano de reconstrução para Gaza”, enquanto “quaisquer restos mortais de reféns que foram mortos serão devolvidos às suas famílias”.
Na semana passada, o Hamas informou ao seu aliado libanês Hezbollah, que havia concordado com o plano. No entanto, um alto funcionário do grupo militante palestino afirmou à agência de notícias Reuters que “Israel não deu uma posição clara sobre a proposta do Hamas”.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse na quinta-feira que continua comprometido com o acordo de cessar-fogo, mas acusou o Hamas de impedir que as negociações avancem ao fazer exigências “que colocam Israel em perigo”. Netanyahu reforçou na segunda-feira que não terminará a guerra até “eliminar o Hamas”.