Um tribunal da Índia condenou nesta quarta-feira (25) à prisão perpétua o popular guru Asaram Bapu, de 77 anos, por ter estuprado uma menor. Fortes medidas de segurança foram adotadas em vários estados indianos para evitar conflitos com os seguidores do líder espiritual.
Um dos advogados da família da vítima, Manish Vyas, indicou que Asaram foi condenado por ter abusado sexualmente de uma jovem de 16 anos em um de seus ashram, como são chamados os centros de meditação, em 2013.
Além de Bapu, dois acusados foram condenados a 20 anos de prisão. Ambos também foram julgados, mas absolvidos, disse Vyas, antes de esclarecer que ainda não recebeu a sentença completa.
Uma porta-voz de Bapu, Neelam Dubey, afirmou à imprensa que a defesa do guru recorrerá do veredito em uma instância judicial superior. A sentença foi ditada na prisão de Jodhpur, no Rajastão (noroeste), onde o guru permanece preso preventivamente desde 2013.
A polícia temia que os seguidores de Asaram provocassem conflitos similares aos de 2017, quando quase 40 pessoas morreram após uma condenação por estupro do guru Gurmeet Ram Rahim Singh.
O delegado Ashok Rathore afirmou que a situação na cidade de Jodhpur é “absolutamente pacífica”, mas as autoridades locais limitaram o direito de reunião. A polícia estava em alerta para a possível chegada a Jodhpur de milhares de seguidores do guru, mas nenhuma situação de confronto chegou a ocorrer. O estado do Rajastão e os vizinhos Gujarat e Haryana também desdobraram fortes medidas de segurança.
A Índia vem enfrentando uma onda de protestos nas últimas semanas pelos graves casos de violência sexual contra menores, com eventos organizados em várias partes do país.
A jovem estuprada por Bapu morreu 13 dias depois da agressão e o crime gerou um debate sem precedentes no país sobre a situação de discriminação das mulheres, que levou as autoridades a endurecer as penas contra os estupradores.
Pouco tempo depois do crime, o guru deu declarações que suscitaram muita polêmica. Ele afirmou que, embora menor de idade, a vítima também teve culpa, já que em vez de resistir, “devia ter rezado para Deus e pedido aos agressores que a deixassem em paz”.
(Com EFE)