Tanto Israel quanto o grupo terrorista palestino Hamas afirmaram nesta quarta-feira, 15, que a guerra em Gaza se intensificou, com confrontos no norte e no sul do enclave. Nesta madrugada, as batalhas com disparos de armas de fogo foram algumas das mais violentas desde o início do conflito, há sete meses.
No norte
Tanques israelenses alcançaram bairros densamente povoados e pequenas ruas no nordeste de Gaza, onde fica o maior acampamento de refugiados do enclave, com forte resistência. Moradores disseram que o exército destruiu várias casas em áreas que ainda não haviam sido invadidas.
O braço armado da Jihad Islâmica, facção aliada do Hamas, disse que seus combatentes “mataram e feriram” soldados israelenses no campo de Jabalia nesta madrugada.
“Os invasores estão tentando destruir o campo. Estão bombardeando casas com gente dentro. Sabemos de muitas famílias presas dentro de suas casas”, disse um morador do local à agência de notícias Reuters, sob condição de anonimato.
O Exército israelense, por sua vez, afirmou ter iniciado uma ooperação na noite de terça-feira 14 contra “operativos e infraestruturas terroristas” no centro de Jabalia.
“No último dia, os soldados das FDI (Forças de Defesa de Israel) na área se envolveram em intensas batalhas com dezenas de células terroristas e eliminaram um grande número de terroristas”, disse um comunicado dos militares, acrescentando que alguns desses militantes eram os mesmos que teriam ddisparadofoguetes contra a cidade israelense de Sderot na terça-feira.
O Serviço de Emergência Civil de Gaza e o Ministério da Saúde disseram que equipes de resgate não coconseguiraalcançar as áreas onde o exército israelense atua.
No sul
Em Rafah, cidade no extremo sul de Gaza que mais de 1 milhão de palestinos buscaram para se proteger de combates em outros pontos do enclave, soldados israelenses continuam concentrados nos bairros de Al-Salam e Jeneina, no leste, e no sudeste, segundo a Reuters.
Habitantes de Rafah testemunharam soldados e tanques tentando avançar em direção ao centro da cidade, mas encontraram forte resistência do Hamas.
Tel Aviv disse que suas forças começaram a atacar um complexo de treinamento do grupo terrorista no leste de Rafah, onde teriam matado militantes em combates corpo a corpo. Por lá, também encontraram grandes quantidades de armas e equipamentos que simulavam os das FDI, segundo o exército.
Na terça-feira, autoridades israelenses registraram a primeira morte de um de seus soldados em confrontos em Rafah.
Novo êxodo
Faz mais de uma semana que Tel Aviv ordenou que civis palestinos abandonassem partes de cidade. A UNRWA, agência de ajuda das Nações Unidas em Gaza, estima que cerca de 450 mil pessoas já fugiram da cidade desde 6 de maio, quando estima-se que haviam 1,4 milhões de palestinos por lá.
A UNRWA afirmou que os civis estão se realocando em lugares como Al-Mawasi, uma área costeira que a agência humanitária diz não possuir infraestrutura sanitária e outras instalações para acolher pessoas deslocadas. Para as Nações Unidas, a situação consiste num deslocamento forçado por parte de Israel, considerado crime de guerra pelo direito internacional.
“Apesar de um conjunto de necessidades humanitárias catastróficas, restrições de acesso e a ausência de passagem segura obstruem os esforços das organizações humanitárias para alcançar as pessoas em toda a Faixa de Gaza”, disse a UNRWA no X, antigo Twitter.