Trabalhadores sofrem dificuldades para se locomover por Paris nesta sexta-feira, 13, devido a uma greve de metroviários que são contra a reforma da Previdência proposta pelo presidente francês, Emmanuel Macron. A reforma unifica os 42 atuais sistemas de aposentadoria.
Apesar de uma lei obrigar os sindicatos a manterem o serviço mínimo funcionando, 10 das 16 linhas de metrô de Paris e duas grandes linhas de trens regionais foram completamente paralisadas durante o horário de pico pela manhã, deixando a população com dificuldades para encontrar formas alternativas de chegar ao trabalho.
Extensas filas se formavam nos pontos de ônibus, enquanto o trânsito congestionava ainda mais nos cruzamentos. Na estação de trem Gare du Nord, a mais movimentada da Europa, passageiros enfrentaram plataformas lotadas e longas esperas para as poucas linhas de metrô que circulavam com serviço reduzido.
“Estou indo a pé para o trabalho hoje e vou ficar na rua por ao menos quatro horas”, disse Anthony, de 21 anos, que trabalha em um restaurante no oeste de Paris, enquanto estava a caminho de seu turno que terminaria somente por volta de meia-noite.
Quem não conseguiu se deslocar de transporte público ou a pé, se arriscava de carro, mas enfrentou 235 quilômetros de congestionamento na cidade, o dobro do habitual.
Sindicatos querem que a greve, que deve ser a maior desde 2007 em Paris, envie um alerta a Macron, enquanto o premiê, Edouard Philippe, prometeu na quinta-feira 12 que ouviria a opinião de sindicatos e da população, apesar da tentativa de diálogo não surtir efeito nos grevistas.
“Os anúncios do primeiro-ministro não terão qualquer impacto. A greve foi lançada, e a adesão será massiva”, disse Frederic Ruiz, que comanda o sindicato CFE-CGC na empresa de transporte público de Paris, RATP.
Segundo os metroviários, a reforma tiraria deles o direito de se aposentar mais cedo do que a média. Esse direito foi garantido após os funcionários reivindicarem uma compensação por terem de trabalhar por muito tempo no subsolo.
(Com Reuters)