Grande incêndio atinge maior campo de refugiados do mundo
Autoridades de Bangladesh investigam origem do fogo, que deixou mais de 12 mil pessoas de origem rohingya desabrigadas
As autoridades de Bangladesh, no sul da Ásia, disseram nesta segunda-feira, 6, que estão investigando a causa de um grande incêndio em um campo de refugiados rohingya, que deixou mais de 12 mil pessoas desabrigadas.
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Por enquanto, não houve registro de mortes, mas o incêndio no domingo 5 destruiu 2 mil abrigos, feitos de bambu e lona, depois de se espalhar rapidamente por meio de cilindros de gás nas cozinhas, disseram autoridades do país. Nesta segunda-feira, centenas retornaram ao campo Balukhali para ver o que conseguiam salvar das ruínas.
A polícia investiga se o incêndio foi um ato de sabotagem. Segundo a mídia local, um homem foi detido em conexão ao caso.
Acredita-se que este seja o maior campo de refugiados do mundo. A maioria de seus mais de 1 milhão de residentes, a maioria da minoria étnica rohingya, fugiram da perseguição militarno país vizinho, Mianmar.
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O incêndio começou por volta das 14h45 no horário local (5h45 no Brasil), no domingo. O fogo foi controlado em três horas, mas pelo menos 35 mesquitas e 21 centros de aprendizagem para os refugiados também foram destruídos, disse Mijanur Rahman, comissário de refugiados de Bangladesh, à agência de notícias AFP.
Hrusikesh Harichandan, da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, disse à emissora britânica BBC que serviços básicos, como centros de água e clínicas médicas, também foram afetados.
Será difícil realocar as cerca de 12 mil pessoas afetadas, dadas as condições já abarrotadas no “megacampo”, disse Hardin Lang, da organização não-governamental (ONG) Refugees International.
Campos de refugiados superlotados há muito são vulneráveis a incêndios. Entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022, houve 222 incêndios nos campos rohingya, incluindo 60 casos de incêndio criminoso, de acordo com um relatório do Ministério da Defesa de Bangladesh divulgado em fevereiro.
Os rohingya são muçulmanos em Mianmar, em grande parte budista, onde enfrentam perseguição há gerações. O último êxodo da minoria étnica para Bangladesh começou em agosto de 2017, depois que os militares no país vizinho iniciaram uma repressão brutal quando um grupo rohingya rebelde atacou vários postos policiais.