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Governos na América Latina pedem ‘contagem transparente’ dos votos na Venezuela

Declaração conjunta da Argentina, Costa Rica, Equador, Panamá, Paraguai, Peru, Republica Dominicana e Uruguai exige reconhecimento de resultados

Por Amanda Péchy
Atualizado em 28 jul 2024, 21h57 - Publicado em 28 jul 2024, 21h47
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  • Os governos de sete países da América Latina emitiram, após o fechamento das urnas na Venezuela neste domingo, 28, uma declaração conjunta na qual exigem que o regime liderado por Nicolás Maduro garanta que os resultados da eleição presidencial serão respeitados, além de exigirem que o governo permita uma “contagem transparente” dos votos.

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    “Os chanceleres dos países Argentina, Costa Rica, Equador, Panamá, Paraguai, Peru, Republica Dominicana e Uruguai acompanham de perto os acontecimentos na Venezuela e consideramos essencial ter garantias de que os resultados eleitorais respeitarão plenamente a vontade popular expressa pelo povo da Venezuela nas urnas. Isto só pode ser conseguido através de uma contagem de votos transparente, que permita a verificação e controlo dos observadores e delegados de todos os candidatos”, disse o texto.

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    Em comunicado separado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores da Argentina, foi dada especial ênfase ao respeito ao resultado. Isso ocorreu após o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela, o proeminente líder chavista Diosdado Cabello, apelar que os apoiadores de Maduro fossem às ruas para “proteger” o voto popular.

    (A oposição) sabe que os resultados não estão a seu favor e vai procurar gerar violência”, alegou.

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    Denúncias da oposição

    A Plataforma Democrática Unitária, coalizão liderada pelos oposicionistas María Corina Machado e Edmundo González Urrutia que desafiou o regime de Maduro nas eleições, acusou o governo de impedir o acesso de fiscais eleitorais às instalações do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, para a contagem dos votos a nível nacional, e às seções eleitorais, para realizar a auditoria cidadã organizada pela oposição para evitar quaisquer manobras para manipular os resultados.

    A coalizão informou no X, antigo Twitter, que suas testemunhas – como são chamados os fiscais eleitorais de cada partido – ainda aguardam acesso à sala do CNE. Segundo a Plataforma Democrática Unitária, as três testemunhas – Delsa Solórzano, Juan Caldera e Perkins Rocha – foram credenciadas pelo órgão eleitoral na última quinta-feira 25. A presença dessas figuras é considerada essencial para a transparência dos resultados e está consagrada na lei eleitoral.

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    Solórzano, principal testemunha perante o CNE em nome da campanha de González, já havia afirmado em entrevista ao portal de notícias argentino Infobae que a oposição traçou um plano para evitar que o regime manipule, por meio da intimidação, os resultados eleitorais.

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    A estratégia inclui três pontos principais: auditoria cidadã, com um papel ativo dos eleitores na supervisão da contagem de votos, a permanência da população nas zonas eleitorais durante a contagem, e a proteção aos mesários e testemunhas de mesa (os fiscais eleitorais de cada partido que ficam nos centros de votação).

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    Ao votar, Maduro sugeriu que não reconheceria nenhuma contagem paralela organizada pelos cidadãos, e que seguiria apenas o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo.

    Seções eleitorais

    Além disso, a oposição venezuelana denunciou que os militares do regime de Maduro se recusaram a fechar alguns centros de votação e que impediram a entrada de testemunhas para realizar a auditoria cidadã dos votos, que está prevista pela lei. A informação foi divulgada pelo correspondente do portal de notícias argentino Infobae na Venezuela.

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    Um dos casos ocorreu na Escola San José de Tarbes, em El Paraíso, bairro a oeste de Caracas, onde há mais apoio ao chavismo. A oposição exigiu que os fiscais sejam admitidos para que nenhum novo voto seja adicionado às urnas – como teria acontecido nas eleições passadas, segundo rivais de Maduro. Após reclamações dos cidadãos, os militares finalmente fecharam as urnas, sem ainda permitir que as testemunhas entrassem no colégio para supervisionar o processo.

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    Muitos venezuelanos permanecem em frente aos centros eleitorais cantando o hino nacional e protestando em Caracas. “Queremos contar, queremos contar”, gritavam, segundo o jornal espanhol El País, em referência ao processo de auditoria que os cidadãos podem participar por lei. O chavismo, durante anos, aplicou a chamada “operación remate” (ou operação de leilão, em português), ao fim da votação, que consiste na distribuição de sacolas de alimentos, gasolina e outros benefícios para atrair os eleitores aos centros de votação.

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