Governo inglês está sob pressão depois de detectar variante brasileira
Três casos da nova cepa do coronavírus foram detectados na Inglaterra e outros três na Escócia; um dos infectados ainda não foi localizado

A manchete dos principais jornais ingleses desta segunda-feira, 1º, relatam que o governo está enfrentado fortes apelos por medidas mais duras de restrição de fronteiras depois que a variante brasileira do coronavírus foi identificada no Reino Unido. O jornal The Guardian diz que foram detectados três casos na Inglaterra e outros três na Escócia, mas que um dos contaminados não foi localizado e, portanto, pode estar espalhando a nova cepa pelo país. O jornal diz ainda que a nova variante é altamente transmissível e pode não responder bem às vacinas que estão sendo aplicadas no país.

A comunidade inglesa critica a demora do governo de ter estabelecido regras mais rígidas de fronteira para evitar novas variantes. Somente no dia 14 de fevereiro, o governo decidiu estabelecer uma quarentena obrigatória de 14 dias em hotéis específicos para quem chegasse de uma lista de dezenas de países considerados de grave risco. Os passageiros com as novas cepas chegaram antes dessa quarentena obrigatória provenientes de um vôo da Swiss Air Lines que saiu de São Paulo e passou por Zurique antes de chegar em Londres. Agora, o governo enfrenta também críticas por não ter feito restrições maiores já que as novas cepas podem entrar por meio de voos indiretos. Muitos brasileiros ou estrangeiros que estiveram no Brasil viajam a outros países para então se dirigirem à Inglaterra.
“É profundamente preocupante que a variante Covid do Brasil tenha sido encontrada neste país”, disse o Secretário do Interior, Nick Thomas-Symonds. “Agora é vital que façamos tudo o que estiver ao nosso alcance para contê-lo. Mas esta é mais uma prova de que o atraso na introdução de uma quarentena de hotel foi imprudente e a recusa contínua de implementar um sistema abrangente nos deixa expostos a mutações vindas do exterior ”.
Outro ponto que preocupa as autoridades são estudos que mostram que a nova cepa pode inclusive infectar quem já teve Covid-19 anteriormente. A nova cepa, chamada de P1, foi detectada pela primeira vez em Manaus, na Amazônia, e alguns estudos indicam que este pode ter sido um dos fatores que levaram ao caos no Estado no começo do ano.