O governo da África do Sul afirmou na quarta-feira 13 que não irá prestar assistência a cerca de 4.000 mineradores ilegais que estão confinados em uma mina que estava fechada na província de North West.
Os mineradores, que estão no poço de Stilfontein, enfrentam falta de recursos básicos, como água e comida, após a polícia ter bloqueado as entradas utilizadas para transportar suprimentos ao local.
A medida faz parte da operação Vala Umgodi, algo como “tapar o buraco”, uma política oficial de combate à mineração ilegal que consiste em cortar o fornecimento de alimentos e água para forçar os mineradores a saírem e serem presos.
A ministra da Presidência da África do Sul, Khumbudzo Ntshavheni, afirmou que o governo não ajudará os mineradores “criminosos”. “Não enviaremos ajuda a criminosos. Vamos forçá-los a sair. Eles não devem ser ajudados. Não os enviamos para lá”, declarou ela.
Acredita-se que até 4.000 pessoas estejam atualmente no subsolo, de acordo com um grupo que recentemente ajudou a resgatar três mineradores. Nas últimas semanas, mais de 1.000 mineradores deixaram diversas minas na província, muitos apresentando sinais de fraqueza, fome e doenças devido à falta de alimentos.
Nesta semana, cerca de 20 mineradores saíram da mina em Stilfontein, enquanto a polícia rondava as áreas ao redor do local para prender os grupos ilegais.
A mineração ilegal é comum nas antigas áreas de mineração de ouro da África do Sul, com mineradores, muitos deles vindos de países vizinhos, entrando em poços fechados em busca de depósitos remanescentes.
A atividade tem gerado conflitos com as comunidades locais, que acusam os mineradores ilegais de cometerem crimes como roubos e até agressões sexuais. Esses grupos ilegais são conhecidos por serem fortemente armados e se envolverem com frequência em confrontos violentos.