O furacão Rafael, que atingiu Cuba na tarde de quarta-feira, 6, deixou a ilha em total escuridão ao derrubar a rede elétrica nacional. Com ventos de até 185 km/h, o fenômeno provocou grandes danos em várias regiões, destruiu casas, arrancou árvores e derrubou postes telefônicos, deixando 10 milhões de pessoas sem energia elétrica.
Apesar de ter perdido força ao atravessar a ilha, Rafael deixou um rastro de destruição. Na manhã desta quinta-feira, as autoridades cubanas começaram a trabalhar na recuperação da energia, mas enfrentam dificuldades devido a ruas inundadas e detritos bloqueando as vias. Boa parte da capital, Havana, ainda estava sem eletricidade em ao amanhecer.
O furacão, que havia se deslocado 250 km ao norte e oeste de Havana na manhã desta quinta-feira, agora segue em direção ao Golfo do México, onde não representa mais risco, conforme informou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, sediado em Miami.
O Ministério de Energia e Minas de Cuba informou que as equipes de emergência estavam trabalhando para restabelecer o fornecimento de energia, com prioridade para as regiões mais afetadas. No entanto, o processo de recuperação será lento, considerando a já fragilizada rede elétrica do país, que depende de usinas termelétricas antigas e enfrenta uma escassez crônica de combustível.
A infraestrutura elétrica precária de Cuba, somada a uma crise econômica de longo prazo, complica ainda mais os esforços de recuperação. Além da falta de eletricidade, o país enfrenta uma escassez generalizada de alimentos, medicamentos e combustíveis. A inflação disparou e os serviços básicos, como escolas, hospitais e comércios, estão profundamente afetados.
Rafael é o segundo furacão a atingir Cuba em menos de um mês. Em outubro, o furacão Oscar devastou o leste da ilha, deixando a população sem energia por dias. A crise energética que já afeta o país foi agravada pela incapacidade do sistema elétrico em lidar com tempestades severas. O cenário foi ainda mais comprometido pela redução das importações de petróleo dos aliados da ilha, como Venezuela, Rússia e México, o que resultou em apagões diários e falhas constantes no fornecimento de energia.