Duas pessoas morreram no México após o furacão John atingir a costa sul do país na noite de segunda-feira 23. Inicialmente classificado como um furacão de categoria 3, o fenômeno foi rebaixado a tempestade tropical nesta terça-feira, 24, mas deixou um rastro de destruição, com telhados arrancados, deslizamentos de terra e quedas de árvores, segundo autoridades locais.
As vítimas, uma mulher e uma criança, estavam em casa na comunidade de Tlacoachistlahuaca, no estado de Guerrero, quando ocorreu um deslizamento de terra, provocado pelas fortes chuvas. A governadora, Evelyn Salgado, confirmou a tragédia.
O furacão atingiu a costa sul do Pacífico do México com ventos máximos de 193 km/h na noite de segunda-feira, próximo à cidade de Marquelia, de acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC). Desde então, o sistema perdeu força e foi reclassificado como tempestade tropical, deslocando-se para noroeste, em direção à costa de Acapulco, no estado de Oaxaca.
Foco da tragédia
O distrito de Guerrero e seu vizinho Oaxaca foram os mais afetados pela passagem do furacão John, que resultou em bloqueios de estradas, cortes de energia elétrica e a suspensão de aulas e atividades.
O governador de Oaxaca informou que cerca de 3 mil pessoas foram retiradas de suas casas e realocadas em 80 abrigos. Em Puerto Escondido, um destino turístico popular, empresas fecharam suas portas após ordens de suspensão das atividades nas praias.
Lincer Casiano Clemente, prefeito da cidade de Marquelia, perto de onde o furacão atingiu a costa, disse na manhã desta terça-feira que “há muitas casas, principalmente aquelas com telhado de chapa, onde a força do ar arrancou o telhado”. Nenhuma morte ou ferimento foi relatado em Marquelia até agora.
O pior não passou
O NHC alertou que o choque do sistema com as montanhas locais e seu movimento lento deverão resultar em “chuvas catastróficas ao longo da costa e no interior do país”. Um dia antes de atingir o solo, John tinha ventos de apenas 56 km/h, mas passou por duas rápidas intensificações em 24 horas, triplicando sua força.
O governo mexicano alterou suas recomendações, trocando os avisos de furacão por alertas de tempestade tropical ao longo da costa, de Acapulco a Lagunas de Chacahua.
“Foi um fenômeno forte, com muitas chuvas”, afirmou o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador.
Previsões indicam chuvas torrenciais de 15 a 30 centímetros nas áreas costeiras de Chiapas e entre 25 e 50 centímetros nas regiões ao longo da costa de Oaxaca e do sudeste de Guerrero até esta quinta-feira, 26. Essas chuvas intensas podem provocar inundações significativas e deslizamentos de terra em áreas montanhosas.
Devido à sua localização geográfica, o México enfrenta furacões quase anualmente, tanto na costa do Pacífico quanto na do Atlântico, especialmente entre maio e novembro.