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Fundação de príncipe Charles é investigada por suposta troca de favores

Presidente da fundação renunciou ao cargo na última quarta-feira, dez dias depois de renúncia de assistente do príncipe na mesma fundação

Por Da Redação 16 set 2021, 17h40

O governo da Escócia anunciou que está investigando uma das instituições de caridades do príncipe Charles, após o jornal britânico The Sunday Times apontar que um banqueiro russo tentou doar uma quantia de seis dígitos para a fundação em troca de favores.

Segundo o jornal, Charles escreveu uma carta de agradecimento a Dmitry Leus, oferecendo-se para conhecê-lo pessoalmente após a doação, ocorrida em maio de 2020. No documento, o filho mais velho da rainha se disse incrivelmente grato pela imensa generosidade do russo com a fundação Prince’s Foundation, sediada em território escocês. 

Leus foi considerado culpado por lavagem de dinheiro pela justiça da Rússia, mas sua condenação foi posteriormente anulada. De acordo com o The Sunday Times, Dmitry Leus está buscando a cidadania britânica e teria feito a doação para a instituição após a promessa de um encontro privado com o príncipe Charles na Escócia.

O porta-voz de Dmitry confirmou que sua condenação foi anulada em 2007 e, desse modo, sua ficha criminal está “completamente limpa”. Não há evidências de que o príncipe sabia de algum problema envolvendo a contribuição. No entanto, quando o comitê de ética da fundação levantou dados sobre Leus, a quantia foi repassada para outra instituição, também patrocinada por Charles.

Em entrevista à CNN, o representante do russo afirmou que foram feitas duas doações separadas totalizando 500 mil libras para a instituição de caridade do filho da rainha. 

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“Leus agora sabe que nem todo o dinheiro foi transferido para a fundação, porém nenhuma quantia foi devolvida. Além disso, ele não foi informado de que o montante seria transferido para outras instituições; se assim soubesse, teria escolhido doar para crianças e jovens vulneráveis que sua família apoia em todo o Reino Unido”, disse. 

Douglas Connell, presidente da fundação do príncipe, disse que as alegações estão sendo levadas a sério e que uma completa e rigorosa investigação está em curso. De acordo com uma fonte interna, o valor de 100 mil libras foi recebido em nome de Leus em maio de 2020, sendo devolvido ao remetente em setembro do mesmo ano, após reunião do Comitê de Ética.

No último domingo, a Agência Reguladora de Caridade Escocesa (OSCR) disse que seria realizada uma investigação acerca das doações de Dmitry e que está trabalhando em conjunto com a Fundação do Príncipe para entender o trabalho que é feito dentro da instituição. 

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Na quarta-feira, no entanto, Connell entregou o cargo, apesar de negar qualquer irregularidade.

“Nem eu nem os demais membros do conselho diretor tínhamos conhecimento de tais atividades e iniciamos uma investigação rigorosa e independente”, afirmou.

As acusações vêm à tona uma semana depois do ex-assessor de Charles pedir demissão do cargo de chefe da mesma fundação em meio a denúncias de má conduta. Michael Fawcett foi acusado de utilizar de sua posição e influência para ajudar um empresário saudita a obter um título honorário em troca de doações, de acordo com o The Sunday Times.

Em comunicado, um dos porta-vozes da Família Real disse que o príncipe Charles não tem conhecimento dos esquemas de doações em troca de favores e que apoia totalmente as investigações em andamento.

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