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Fronteira EUA-México é rota migratória terrestre mais mortal, diz ONU

Agência alerta que número real de vítimas pode ser ainda maior, já que muitas não são encontradas

Por Da Redação
12 set 2023, 14h34
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  • A agência de migração das Nações Unidas concluiu em um relatório publicado nesta terça-feira, 12, que a fronteira entre os Estados Unidos e o México é a rota de migração terrestre mais mortal do mundo. O órgão documentou que centenas de pessoas acabam perdendo a vida tentando fazer as perigosas travessias no deserto que divide os dois países.

    O documento da Organização Internacional para as Migrações (OIM) relata 686 mortes e desaparecimentos entre migrantes na fronteira no ano passado. Porém, os responsáveis pela pesquisa ponderaram que o número real de vítimas é provavelmente mais elevado devido à falta de dados tanto dos gabinetes legistas do condado fronteiriço do Texas quanto da agência mexicana de busca e salvamento.

    Segundo o porta-voz da OIM, Paul Dillon, os números registados “representam as estimativas mais baixas disponíveis”.

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    “Os números alarmantes são um lembrete claro da necessidade de uma ação decisiva para criar vias regulares de migração legal”, disse Dillon.

    A OIM disse que quase metade das mortes registadas no ano passado estavam ligadas à travessia dos desertos de Sonora e Chihuahuan. No clima desértico, cheio de desfiladeiros e colinas repletas de cactos, os migrantes são vítimas de insolação no verão e de hipotermia no inverno. Algumas vítimas jamais são encontradas por conta da dificuldade de acesso ao terreno.

    O número de mortes e desaparecimentos documentados pela agência ao longo da fronteira representa quase metade dos 1.457 casos registados nas Américas no ano passado. Autoridades também se preocupam com a tendência de aumento de mortes nas rotas migratórias no Caribe.

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    Em 2022, 350 mortes foram documentadas, em comparação com 245 em 2021 e menos de 170 registradas em anos anteriores. A maioria das vítimas nas rotas migratórias do Caribe era de pessoas da República Dominicana, Haiti e Cuba.

    Outra preocupação da OIM é a passagem fronteiriça na selva entre o Panamá e a Colômbia, conhecida como Darien Gap, onde a agência documentou 141 mortes de migrantes em 2022. O Panamá também anunciou novas medidas na semana passada para conter o aumento das travessias de migrantes através do Darien Gap, que atingiu um máximo histórico este ano.

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    “A natureza remota e perigosa desta área e a presença de gangues criminosas ao longo da rota significa que este número provavelmente não representa o número real de vidas perdidas”, disse Dillon.

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