Uma francesa de 73 anos morreu durante uma tradicional corrida de touros na cidade espanhola de Beniarbeig, na região de Valência, nesta semana. Esta é a sétima vítima nesse tipo de festividades do país só neste ano.
De acordo com a mídia local, a vítima, identificada como Maria, não resistiu aos ferimentos de uma chifrada no peito durante o evento “bous al carrer de la Marina Alta”. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal de Alicante para autópsia.
Após a morte, as festividades foram suspensas e foi decretado luto de 24 horas pelo prefeito de Beniarbeig. Com a morte da francesa, a Espanha iguala o recorde de vítimas fatais registrado em 2015 na temporada de touradas.
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As três primeiras mortes aconteceram em julho, durante evento em Valência, no leste espanhol. As vítimas tinham entre 50 e 64 anos e vieram a óbito em decorrência dos ferimentos sofridos ao longo da semana. Em Picassent, um homem de 56 anos foi arremessado no ar e sofreu uma lesão cerebral traumática.
O outro homem, de 50 anos, morreu no hospital após ter o pulmão perfurado por um touro em Meliana, no norte de Valência. Além deles, a outra vítima era um turista francês de 64 anos que também sofreu ferimentos causados no evento. Recentemente, em agosto, outras três vítimas perderam a vida nas cidades de Castellón, Vallada e Almedíjar.
Grupos de direitos dos animais criticam há muitos anos o perigo que a corrida submete ao público e aos touros, dizendo que mais de 20 pessoas já morreram ao longo dos últimos oito anos.
Os incidentes, inclusive, se tornaram comuns. O festival mais famoso deles, o de São Firmino, aconteceu pela primeira vez desde 2019 devido à pandemia da Covid-19 e registrou 35 feridos. Por conta disso, o partido espanhol para os animais reiterou o seu apoio à abolição dos festivais, criticando os organizadores por colocarem em risco a vida das pessoas e infligirem maus tratos aos animais.
Em contrapartida, há quem afirme que a temporada de corrida de touros fornece um impulso muito necessário para a economia de Valência. Um estudo publicado em 2019 apontou que o festival foi responsável pela criação de mais de três mil empregos e arrecadou mais de 300 milhões de euros por ano ao longo de mais de dez mil eventos anuais.