França reconhece “risco persistente” de desabamento de Notre Dame
Onda de calor na Europa, neste verão, provocou queda de abóbada e insegurança para os que trabalham na recuperação da catedral
O Ministério da Cultura da França alertou nesta quarta-feira, 14, ainda haver “risco persistente” de desabamento da Catedral de Notre Dame, atingida por um incêndio de grandes proporções em abril deste ano. A recente onda de calor que atingiu a França e toda a Europa provocou a queda de pedras da abóbada da catedral.
As obras de recuperação de Notre Dame, interrompidas no último dia 25 de julho, deverão ser reiniciadas imediatamente, informou o governo francês. A suspensão deu-se por causa da preocupação com a exposição dos trabalhadores ao chumbo que derreteu após a destruição da agulha central e do teto de Notre Dame no incêndio. A limpeza do material deve durar mais três semanas.
“Por causa da onda de calor, voltamos a registrar recentemente quedas de pedras da abóbada. O ritmo das obras iniciadas no dia 16 de abril se justifica unicamente pela urgência vinculada ao risco persistente de desabamento”, disse o Ministério da Cultura em nota.
Apesar de destacar a necessidade de retomar as obras para impedir o desabamento de Notre Dame, o governo da França disse que a saúde dos operários é prioridade absoluta e prometeu que os protocolos de segurança trabalhista serão reforçados.
As declarações do Ministério da Cultura foram uma resposta às críticas feitas por parte da imprensa francesa, em especial pelo site Mediapart, que questionou a proteção dos trabalhadores pouco antes da paralisação das obras na catedral.
Segundo o Ministério da Cultura, a Direção Regional de Assuntos Culturais, órgão responsável pela reconstrução da igreja, adotou as primeiras medidas para evitar a contaminação por chumbo em 18 de abril, três dias depois do incêndio.
“A suspensão da obra decidida pelo prefeito regional no dia 25 de julho pretendia passar de um dispositivo provisório de luta contra o risco de chumbo, instalado na urgência de preservar o edifício, para um dispositivo perene e dimensionado ao número de trabalhadores no local”, indicou o governo da França na nota.
(Com EFE)