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Fracassam negociações entre rebeldes do sul da Síria e russos

Representantes da Rússia não aceitam a transferência dos rebeldes a outras regiões insurgentes e exigem o abandono completo de suas armas pesadas e medianas

Por Da Redação
Atualizado em 4 jul 2018, 18h14 - Publicado em 4 jul 2018, 15h07

As negociações entre os rebeldes instalados no sul da Síria, alvos de uma ofensiva do regime há mais de duas semanas, e a Rússia, determinada a devolver o controle da região ao governo sírio, fracassaram nesta quarta-feira 4.

“Fracasso das negociações com o inimigo russo”, anunciou em sua conta no Twitter uma célula que reúne as diferentes facções rebeldes presentes no sul do país em guerra. “As negociações não levaram a nenhum resultado (…) Nenhuma nova data foi fixada” para a retomada do diálogo, indicou o porta-voz dessa célula, Ibrahim al-Jabbawi.

A última operação militar síria e russa, lançada em 19 de junho pelo regime na província de Daraa, permitiu que o governo avançasse consideravelmente nessa região, graças a letais bombardeios ou mediante acordos de “reconciliação” patrocinados por Moscou.

A rodada de negociações desta quarta-feira era vista como crucial: “seja porque as facções podem aceitar o acordo, seja porque a ofensiva militar pode ser retomada”, havia indicado uma fonte da oposição ligada às negociações na cidade de Daraa, onde os bombardeios cessaram há vários dias.

“Na terça-feira, a delegação russa advertiu os grupos rebeldes que esta quarta seria o último dia para negociar e que teriam de apresentar sua resposta final”, disse a fonte, pedindo para não ser identificada. As partes envolvidas tiveram discussões até a meia-noite de ontem, durante as quais os russos teriam rejeitado as demandas da delegação rebelde.

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Os russos rejeitam “o translado de combatente ou civis” para outras zonas insurgentes da Síria, indicou a fonte, diferentemente do que havia acontecido após a reconquista de outros redutos rebeldes.

A Rússia exigia o abandono, por parte dos rebeldes, das armas pesadas e medianas e “o retorno do Exército (sírio) a seus quartéis”. Para os russos, o Exército sírio deve recuperar suas posições anteriores a 2011, quando a guerra teve início. A Polícia Militar russa apoiará a corporação local nessa zona.

Na terça-feira, ao longo de dez horas de tensas negociações, os rebeldes propuseram um cessar-fogo global, seguido do abandono imediato das armas pesadas naquela região. Além de reivindicar o transporte dos combatentes e de suas famílias a outras regiões insurgentes, o grupo exigia a retirada das forças do regime das zonas que conquistaram em sua última ofensiva.

(Com AFP)

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