Forças russas tomaram controle de Kherson, no sul da Ucrânia, diz prefeito
Moradores relataram presença em massa de militares e veículos blindados
![Armiansk (Ukraine), 25/02/2022.- Russian troops move towards Ukraine on the road near Armiansk, Crimea, 25 February 2022. Russian troops entered Ukraine on 24 February prompting the country's president to declare martial law and triggering a series of announcements by Western countries to impose severe economic sanctions on Russia. (Rusia, Ucrania) EFE/EPA/STRINGER](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/02/d6d01dfd3d431446203634f4237fd47a352c16b1.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Forças russas assumiram o controle de Kherson, no sul da Ucrânia, na noite de quarta-feira, 2, anunciou o prefeito da cidade. Mais cedo, o Ministério da Defesa da Rússia já havia informado que tropas do país tinham tomado a cidade, de cerca de 300 mil habitantes e que é banhada pelo rio Dnieper e próxima do mar Negro.
“Havia visitantes armados no Conselho Municipal hoje. Minha equipe e eu somos pessoas pacíficas, não havia armas ou agressão do nosso lado. Não temos as Forças Armadas da Ucrânia na cidade, apenas civis e pessoas que querem VIVER aqui”, escreveu o prefeito Igor Kolykhaiev em suas redes sociais por volta das 22h de quarta-feira.
Apesar da reivindicação por parte da Rússia sobre o controle da cidade, ainda havia dúvidas, sobretudo entre agências ocidentais da inteligência. A confirmação do prefeito, por sua vez, é a primeira movimentação de uma autoridade ucraniana sobre o assunto, depois de afirmar que a cidade foi “cercada”, e não “tomada”.
Segundo uma testemunha ouvida pela agência de notícias EFE, o centro da cidade “está completamente ocupado por militares russos e veículos blindados pesados”.
“Os militares russos retiraram as bandeiras ucranianas dos edifícios do governo na Praça da Liberdade, mas os moradores as ergueram, não entraram em pânico e começaram a agitá-las na frente deles”, contou a testemunha.
Além de Kherson, tropas de Moscou continuam ataques contra Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, e avançam à capital, Kiev.
Mais a leste, em Mariupol, no Mar de Azov, na região de Donetsk, separatistas pró-russos apoiados pelos militares russos garantiram nesta quarta-feira que as suas forças bloquearam a cidade, de acordo com a imprensa russa. No entanto, o Ministério do Interior ucraniano disse que “as batalhas por Mariupol continuam”, pois unidades da Guarda Nacional, juntamente com as Forças Armadas, “mantêm a defesa da cidade”.
Mais de 2.000 civis foram mortos desde o início da invasão russa à Ucrânia e centenas de estruturas, como instalações de transporte, hospitais, jardins de infância e prédios residenciais foram destruídos, relatou o serviço de emergência ucraniano na quarta-feira.
De acordo com o último relatório militar russo, 1.502 alvos de infraestrutura militar ucraniana foram destruídos desde o início da operação militar na Ucrânia, em 24 de fevereiro.