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Forças de Israel começam a deixar Jenin, após maior operação em 20 anos

Segundo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, missão foi "completa", mas "nossa extensa atividade em Jenin não é uma operação única"

Por Da Redação
Atualizado em 4 jul 2023, 19h26 - Publicado em 4 jul 2023, 19h23

As Forças de Defesa de Israel (IDF) começaram a deixar a cidade de Jenin, na Cisjordânia, nesta terça-feira, 4, dois dias depois do início de sua maior operação militar na região em duas décadas. As informações foram divulgadas pela agência de notícias Reuters.

À Reuters, duas fontes da região alegaram terem visto veículos militares saindo da cidade, em um possível aceno para o fim da ação israelense, que deixou ao menos 12 mortos e mais de 100 feridos até o momento, de acordo com autoridades palestinas. A incursão teve como motivo, segundo autoridades israelenses,  um “extenso esforço de contraterrorismo na área da cidade de Jenin e do campo de refugiados de Jenin”.

“Neste momento estamos completando a missão e posso dizer que nossa extensa atividade em Jenin não é uma operação única”, informou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em um dos postos de controle próximos à cidade.

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Em reflexo à operação, a infraestrutura local foi diretamente impactada, com relatos de cortes de luz e de água tanto na zona de refugiados quanto em outras localidades civis. O vice-governador de Jenin, Kamal Abu al-Roub, afirmou também que mais 3 mil palestinos tiveram que fugir do campo de refugiados. Eles teriam sido, então, realocados em regiões seguras por autoridades palestinas.

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O campo de Jenin foi criado na década de 1950, para abrigar refugiados que fugiram de suas casas em 1948, após a criação do Estado de Israel. A área, atormentada pela pobreza, é considerada pelos palestinos como um centro de resistência armada, enquanto os israelenses a veem como um antro de terrorismo.

A Organização das Nações Unidas (ONU) demonstrou preocupação com a escalada dos conflitos na região e informou que parte da população estava sendo privada de atendimento médico, mesmo com o alto registro de feridos. A UNRWA, agência das Nações Unidas para refugiados palestinos, estipula que os campos lotados eram ocupados por aproximadamente 14 mil pessoas.

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Nomeado como “Operação Casa e Jardim”, o esforço das forças israelenses em Jenin contava com um amplo leque de equipamentos, como drones e blindados, e não tinha prazo determinado, mas acreditava-se que tinha probabilidade de se estender por vários dias. Em resposta, o movimento palestino Hamas realizou um ataque no centro de Tel Aviv, em Israel, nesta terça-feira. Um motorista atropelou e esfaqueou oito pessoas, sendo posteriormente morto por um civil armado.

No total, mais de mil soldados foram mobilizados para a iniciativa israelense.

A Operação Casa e Jardim foi comparada às táticas militares israelenses empregadas durante a guerra e ocorre em um momento de pressão política da população de Israel por uma resposta dura aos recentes ataques contra colonos judeus, incluindo um ataque a tiros no mês passado que matou quatro pessoas.

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A operação em Jenin elevou o número de palestinos mortos na Cisjordânia neste ano para 133. Um total de 24 israelenses foram mortos, enquanto uma operação surpresa das FDI na Faixa de Gaza matou outros 34 palestinos e um israelense.

Os palestinos e três países árabes com relações normalizadas com Israel – Jordânia, Egito e Emirados Árabes Unidos – condenaram a incursão, assim como a Organização de Cooperação Islâmica, de 57 nações.

A Casa Branca disse que defende o direito de Israel à segurança e está monitorando de perto a situação na Cisjordânia, enquanto o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, pediu aos militares israelenses que exerçam moderação.

“Embora apoiemos o direito de autodefesa de Israel, a proteção dos civis deve ser priorizada”, disse um porta-voz de Sunak.

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