Forças curdas frustram ataque suicida do EI em último enclave
Ao menos 3.000 terroristas do grupo terroristas Estado Islâmico se rendem no país desde segunda-feira
Apoiadas pelos Estados Unidos, as Forças Democráticas Sírias (FDS), grupo formado majoritariamente por combatentes curdos, disseram ter frustrado um ataque suicida coletivo do Estado Islâmico na manhã desta quarta-feira, 13, durante uma batalha decisiva pelo controle do último enclave do grupo jihadista.
As FDS disseram na terça-feira 12 que a batalha por Baghouz, um aglomerado de vilarejos e plantações próximo da fronteira iraquiana, estava praticamente encerrada. Ao menos 3.000 terroristas se renderam desde segunda-feira 11.
Três mulheres e quatro crianças da seita yazidi, um grupo minoritário que foi sequestrado e escravizado pelo Estado Islâmico em 2014, também foram libertadas, segundo o chefe do escritório de mídia das FDS, Mustafa Bali.
Baghouz é a última porção de território controlada pelos jihadistas, que foram expulsos das grandes áreas que ocupavam no Iraque e na Síria ao longo dos últimos quatro anos.
Segundo Bali, as forças curdas bombardearam a cidade intensamente de madrugada e depois se envolveram em confrontos diretos com combatentes do Estado Islâmico entre as 4h e as 6h da manhã.
Imagens transmitidas ao vivo pela TV curda Ronahi de madrugada mostraram uma série de grandes explosões iluminando o céu noturno de Baghouz.
“Houve ataques de um grupo de homens-bomba com coletes suicidas que tentaram se explodir entre nossas forças. Nossas forças os miraram e mataram antes de eles alcançarem nossas posições”, disse Bali.
As FDS são uma aliança de milícias integrada majoritariamente por curdos. Elas atuam na luta contra o EI desde 2015 e contam com o apoio da coalizão internacional anti-extremista liderada pelos Estados Unidos.
As forças estão sitiando Baghouz há semanas, mas adiaram seu ataque final várias vezes para permitir a retirada de milhares de civis, incluindo mulheres e filhos de combatentes do Estado Islâmico, retomando-o no domingo 10.
Embora Baghouz seja o último território habitado do que antes foi um “califado” autoproclamado do grupo, combatentes ainda atuam em partes remotas de outras áreas.
Na madrugada de segunda-feira, o grupo divulgou um novo vídeo de propaganda filmado nas últimas semanas dentro da cidade, no qual insiste em reivindicar a liderança de todos os muçulmanos e exorta seus apoiadores a manterem a fé.
“Amanhã, se Deus quiser, estaremos no paraíso e eles estarão ardendo no inferno”, disse um dos homens entrevistados no vídeo.
Cerca de 59.000 pessoas já deixaram Baghuz desde dezembro, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
A maioria foi levada ao campo de deslocados de Al Hol (noroeste), onde vivem atualmente mais de 66.000 pessoas, segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
(Com Reuters e AFP)