Forças Armadas do Irã abrem investigação sobre morte do presidente
Operação está sob comando do vice-coordenador do exército, cujo objetivo é apurar o motivo da queda do helicóptero que transportava Ebrahim Raisi
O chefe de Estado das Forças Iranianas, Mohammad Bagheri, ordenou nesta segunda-feira, 20, a abertura de uma investigação sobre a morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, e do ministro das Relações Exteriores, Amir Abdollahian, em um acidente de helicóptero. Segundo a agência de notícias estatal Irna, foi instaurada uma comissão investigadora sob comando do vice-coordenador do exército, Ali Abdollahi.
Os destroços da aeronave só foram encontrados nesta manhã, na encosta de uma montanha na província iraniana de Azerbaijão Oriental. O helicóptero caiu por motivos ainda desconhecidos, mas acredita-se que tenha havido falhas técnicas devido a condições meteorológicas adversas. As equipes de resgate já conseguiram encontrar os corpos de todas as vítimas do acidente, depois de várias horas de busca dificultadas por intensas chuvas e neblina.
+ Quem era Raisi, presidente do Irã morto em acidente de helicóptero
Raisi viajou à província do extremo noroeste iraniano para inaugurar as barragens Qiz Qalasi e Khoda Afarin, um projeto de energia hidrelétrica conjunto com o Azerbaijão. Além do presidente e do ministro das Relações Exteriores, estavam no helicóptero o governador da província do Azerbaijão Oriental, Malek Rahmati, e o aiatolá Mohammad Ali Al-e Hashem, um importante clérigo xiita e representante do líder supremo Ali Khamenei em Azerbaijão Oriental, bem como o brigadeiro-general do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, Mohammad Mehdi Mousavi, o chefe da equipe de segurança do presidente, dois pilotos e um técnico.
Agora, o vice-presidente do país, Mohammad Mokhber, vai assumir o cargo de Raisi de maneira interina. Além disso, o governo iraniano afirmou que Ali Bagheri Kani será o novo chanceler, ele que foi responsável por liderar negociações indiretas com os Estados Unidos sobre questões nucleares e trocas de prisioneiros. O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, proclamou cinco dias de luto público e expressou suas condolências pelo que chamou de “tragédia amarga”.