O número de pessoas que saem dos Estados Unidos em direção ao Canadá aumentou nas últimas semanas. A maioria é do haiti, porém, também existem alguns do Iêmen e da Somália. Os haitianos temem ser expulsos do país pelo governo americano após o fim do Status de Proteção Temporária concedido depois do terremoto de 2010. Apenas na manhã deste domingo cem pessoas foram registradas, enquanto outras 50 ainda esperam o trâmite das autoridades migratórias.
Estima-se que entre 450 e 700 pessoas cruzam a fronteira por semana, de acordo com Jean-Pierre Fortin, titular do Sindicato dos Trabalhadores de Aduanas e Migrações.
Em Lacolle, a polícia federal montou uma tenda para checar as identidades dos migrantes. Eles atravessam a fronteira que separa Quebec dos Estados Unidos a pé, com malas e caixas.
Assim que são registrados, eles são levados a um centro provisório, e de lá partem para Montreal, onde são abrigados enquanto aguardam a avaliação de seus pedidos de asilo, os quais triplicaram desde meados de julho.
“O ritmo já superou 150 pedidos por dia”, disse a ministra de Imigração do Quebec, Kathleen Weil. O estádio olímpico de Montreal virou um centro de refúgio para mais de mil pessoas.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, prometeu na última sexta-feira, 4, que o país vai redobrar seus esforços para dar conta do aumento do fluxo migratório. Ele também pediu aos migrantes que não entrem no país de forma ilegal, e que procurem canais apropriados para pedir asilo.
O fluxo de haitianos cresce por causa do medo de perder o Status de Proteção Temporária (TPS) que os Estados Unidos concederam a cerca de 60 mil cidadãos deste país após o terremoto de 2010, e que o governo de Donald Trump prorrogou por mais seis meses. No fim do ano o benefício expirará.