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Flórida: policial ficou do lado de fora enquanto ouvia tiroteio

Câmeras de segurança mostraram que o policial encarregado de proteger a escola ficou por 4 minutos parado no exterior do estabelecimento

Por Da redação
Atualizado em 23 fev 2018, 09h42 - Publicado em 23 fev 2018, 09h41
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  • Um policial armado encarregado de fazer a segurança da Marjory Stoneman Douglas High School, onde no dia 14 de fevereiro um atirador matou 17 pessoas, não chegou a entrar no prédio para deter o atirador. Imagens de câmeras de segurança analisadas pela polícia mostrou o oficial do lado de fora da escola por ao menos 4 minutos enquanto os tiros eram escutados.

    O oficial Scott Peterson protegia a escola desde 2009, segundo informou a imprensa local, e estava de plantão e uniformizado no momento da tragédia. Nos Estados Unidos, há diversos oficiais encarregados de fazer a segurança de escolas e as suas atribuições variam de acordo com o Estado. Na Flórida, esses oficiais devem documentar incidentes e realizar prisões.

    No momento em que Nikolas Cruz, de 19 anos, começou a atirar no interior da escola, Peterson deveria ter entrado para intervir, mas ao analisar as câmeras de segurança da instituição, o xerife Scott Israel viu que o policial chegou ao local 90 segundos após Cruz e ficou do lado de fora por pelo menos 4 minutos. Segundo ele, o tiroteio durou 6 minutos.

    “O que eu vi foi um policial chegar ao lado oeste do prédio 12, assumir uma posição e ele nunca entrou”, disse Israel. Questionado sobre o que o policial deveria ter feito ele respondeu “Entrado. Abordado o assassino. Matado o assassino”.

    O policial recebeu uma suspensão, mas decidiu renunciar de seu cargo. Peterson ainda não se pronunciou sobre o caso. Segundo a BBC, diversos policiais estão protegendo a residência de Peterson.

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    Professores armados

    O massacre, em que Cruz disparou contra estudantes portando um rifle AR-15 cuja compra nos Estados Unidos pode ser feita por maiores de 18 anos reascendeu o debate sobre posse e controle de armas no país. Vítimas do massacre pedem uma lei de controle de armas muito mais rigorosa, enquanto o presidente Donald Trump defendeu nesta quinta-feira que professores deveriam portar armas de fogo.

    A Casa Branca comunicou que poderia conseguir fundos para treinar 1 milhão de professores para defender as escolas. Quando questionado sobre a praticidade de se ter professores armados, o vice-secretário de imprensa da Casa Branca Raj Shah respondeu que “quando você tem uma situação horrível, o que você pensa e não pensa ser prático pode mudar”.

    Trump também manifestou interesse em pagar um bônus a esses professores e que até 40% desses profissionais poderiam ter porte de arma, especialmente militares aposentados. Segundo o presidente, é preferível ter professores preparados a ter que treinar crianças e ensiná-las que a qualquer momento atiradores podem entrar nas escolas. “Eu quero minhas escolas protegidas exatamente como eu quero proteger meus bancos” , disse ele.

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    A sugestão do presidente causou indignação no sindicato dos professores.

    A posição do presidente se alinha com os interesses do maior grupo de lobby pró-porte de armas dos Estados Unidos, Associação Nacional do Rifle (NRA), cujo vice-presidente acusou nesta quinta-feira, os democratas e a imprensa de explorarem o massacre para impor o controle de armas aos americanos. Trump e a NRA possuem uma relação muito próxima, tendo ele afirmado enquanto era candidato em 2016, que, se ganhasse, o grupo teria um “amigo na Casa Branca”. Trump chegou a chamar os membros do grupo de “patriotas” pelo Twitter nesta quinta-feira.

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    (Com Reuters)

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