Flórida não é paraíso para ditadores como Bolsonaro, diz deputada a VEJA
Segundo Anna Eskamani, da Flórida, ex-presidente não deveria ter permissão para 'se esconder' no estado
A deputada estadual Anna Eskamani, da Flórida, afirmou a VEJA nesta segunda-feira, 9, que é absurdo que Jair Bolsonaro tenha permissão para estar no estado, que por sua vez não deveria ser visto como paraíso para “ditadores da extrema-direita”, reforçando uma mensagem feita por outros quatro congressistas do Partido Democrata.
“Como americanos, nossos corações doeram quando assistimos às cenas de extremistas da direita brasileira invadindo prédios do governo, porque para muitos de nós as cenas são muito familiares”, disse. “Sabemos como é sentir que nossa democracia está sob ataque e ver um grupo de extremistas tentar sequestrar sistemas políticos para benefício próprio”.
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Em sequência, a deputada afirmou que “precisamos proteger a democracia, e é por isso que acho absurdo que Jair Bolsonaro tenha permissão para se esconder na Flórida nesse momento”.
Bolsonaro chegou em Orlando, no estado americano da Flórida, em 30 de dezembro, após deixar o Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira. Lá, ele está hospedado em uma casa de veraneio do ex-lutador de MMA José Aldo, um de seus mais fiéis apoiadores. O imóvel conta com oito quartos e cinco banheiros, além de cozinha ampla, quartos com decoração temática do Mickey Mouse, salão de jogos e uma sala privativa de cinema. Os valores da diária começam em US$ 519, cerca de R$ 2.743.
“Este homem que alimentou desinformação eleitoral está sob quatro investigações criminais nesse momento. Ele deveria parar de se esconder na Flórida e voltar e enfrentar as consequências de suas ações e resultados eleitorais. A Flórida não deveria ser paraíso para ditadores da extrema-direita”, ressaltou Eskamani.
Ao todo, cinco deputados americanos pediram a extradição de Bolsonaro após milhares de terroristas bolsonaristas invadirem e atacarem os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Além de Eskamani, Mark Takano, Ilhan Omar, Joaquin Castro e Alexandria Ocasio-Cortez fizeram pedidos.
Em uma dura condenação ao “atentado à democracia e à transferência pacífica de poder”, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reforçou “as instituições democráticas do Brasil têm todo o nosso apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser abalada”.
Já o secretário de Estado americano, Antony Blinken, declarou apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também condenando os atos antidemocráticos.
“Condenamos estes ataques à Presidência, ao Congresso e ao Supremo Tribunal do Brasil hoje. Usar violência para atacar instituições democráticas é sempre inaceitável. Nos juntamos a @lulaoficial em instar um fim imediato a estas ações”, escreveu o secretário americano, marcando a conta oficial de Lula no Twitter.