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Fisesp vê alta em casos de antissemitismo após fala de Lula sobre Gaza

Denúncias de ódio contra judeus dispararam em outubro, com o ataque do Hamas, e começaram a cair em janeiro, antes da crise diplomática Brasil-Israel

Por Da Redação
Atualizado em 7 Maio 2024, 16h57 - Publicado em 26 fev 2024, 18h59

Um relatório da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), compartilhado com VEJA nesta segunda-feira, 26, revelou que denúncias de casos de antissemitismo no Brasil voltaram a subir em fevereiro, um dado que a organização conectou à fala em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou as ações de Israel em Gaza com o Holocausto cometido contra judeus durante o regime de Adolf Hitler.

O número de denúncias de antissemitismo, segundo o Departamento de Segurança Comunitária (DSC) da Fisesp, já estava maior do que o normal desde o ataque do Hamas contra comunidades israelenses no ano passado, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza. Em outubro, no mês dos atos terroristas, foram registrados 396 casos – mais de 10 vezes o número do mês anterior, e 12 vezes mais que em outubro de 2022. O pico ocorreu em novembro, quando houveram impressionantes 674 denúncias. Ou seja, 70% a mais que em outubro.

Os casos de antissemitismo permaneceram em níveis acima do regular, mas começaram a cair timidamente em dezembro (197) e janeiro (192). Na semana seguinte ao dia 18 de fevereiro, porém, quando Lula traçou um paralelo entre a guerra de Israel contra o Hamas e o Holocausto, houve um salto no volume de denúncias recebidas pelo canal de comunicação da Fisesp: 241% em relação à semana anterior. Agora, fevereiro voltou a ver novo aumento nas denúncias – 323 até esta segunda-feira.

Onde estão os casos

Segundo a Fisesp, a maioria das queixas foi realizada através das redes sociais e mensagens em grupos de WhatsApp. Ocorreram ainda registros de agressões verbais contra alunos judeus em ambiente escolar e universitário. Marcos Knobel, presidente da instituição, afirmou que a fala de Lula jogou lenha em uma “fogueira já muito acesa”.

“A afirmação feita pelo presidente fez uma perversa distorção da realidade, pois estamos vivendo uma onda de ataques antissemitas desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro e isso ganhou ainda mais força após a declaração. Os judeus no Brasil estão sendo atacados em qualquer lugar. Inclusive quatro dessas denúncias são extremamente preocupantes, pois são de jovens em idade escolar que sofreram ataques dentro das instituições de ensino onde estudam, o que coloca a sua segurança em jogo”, disse Knobel.

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O presidente da Fisesp declarou ainda que “o Brasil deveria ter um compromisso mais tangível com a paz”.

Crise diplomática

No dia 18 de fevereiro, durante um encontro na União Africana na Etiópia, Lula fez um comentário comparando os ataques de Israel contra o Hamas, que mataram quase 30 mil palestinos em Gaza, com o Holocausto judeu. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou.

Em resposta à fala de Lula, o governo israelense declarou o presidente persona non grata e convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, para uma reprimenda.

Depois disso, o governo Lula chamou Meyer de volta ao Brasil, como adiantou o Itamaraty a VEJA, e também anunciou que convocou Zonshine para comparecer a uma reunião com o chanceler Mauro Vieira.

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+ O duro ataque do chanceler israelense a Lula: ‘Cuspiu no rosto dos judeus’

Foi quando Katz deu início a uma campanha de críticas no X, qualificando primeiro a fala de Lula como “promíscua, delirante”, além de “um cuspe no rosto dos judeus brasileiros”. Ele também convidou uma sobrevivente brasileira da rave Universo Paralello, onde 260 pessoas foram mortas por combatentes do grupo palestino Hamas em 7 de outubro, para dar depoimento em longo vídeo. “Me entristece muito saber que o país onde eu nasci, o país onde eu chamo de casa se encontra nessa situação. Numa situação que o governo compara as atitudes de Israel com o Holocausto”, disse a israelo-brasileira Rafaela Triestman.

O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, devolveu: disse que os comentários de Katz foram “inaceitáveis”, “mentirosos” e “vergonhosos para a história diplomática de Israel”.

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