O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, disse nesta quinta-feira, 16, que à medida em que o acesso ao combustível e outros recursos diminui em Gaza, surtos de doenças infecciosas e de fome no enclave palestino serão “inevitáveis”. Ele também apelou para a redução da violência contra os palestinos na Cisjordânia ocupada, incluindo em Jerusalém Oriental.
Um esgotamento total do abastecimento de combustível “seria catastrófico em toda Gaza – levando ao colapso total da água, do sistema de esgoto e dos serviços cruciais de saúde, e acabando com a ajuda humanitária que tem sido permitida até agora”, disse Türk.
“Houve uma quebra do respeito mais básico pelos valores humanos. A morte de tantos civis não pode ser considerada um dano colateral. O único vencedor de tal guerra será provavelmente o extremismo”, completou.
A Unicef disse na última terça-feira 14 que já recebeu relatos de níveis crescentes de desidratação e mais de 30 mil casos de diarreia em Gaza. Somado a isso, o chefe dos Direitos Humanos da ONU disse que os apelos pelo fim da catástrofe humanitária na região estão sendo ignorados.
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A ONU também está procurando maneiras de evacuar o hospital al-Shifa em Gaza, mas as opções são limitadas por restrições de segurança e logísticas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com o órgão, ainda há cerca de 600 pacientes, incluindo 27 em estado crítico, na unidade de saúde onde as forças israelenses entraram nesta semana, após um cerco de vários dias.
Um dos maiores obstáculos é o fato da organização humanitária Crescente Vermelho Palestino não ter combustível suficiente para as suas ambulâncias dentro de Gaza resgatarem os pacientes. Porém, o Egito disse que poderia fornecer ambulâncias para a operação, caso fosse garantida passagem segura por parte de Israel e do Hamas.