Em carta ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a missão do Líbano na ONU afirmou nesta quinta-feira, 19, que foram implantados explosivos nos pagers e walkie-talkies que detonaram nesta semana, deixando 37 mortos, antes dos dispositivos chegarem ao país. A informação teria sido descoberta em uma investigação preliminar de autoridades libanesas, de acordo com a agência de notícias Reuters.
A missão também alegou que Israel está por trás dos incidentes. Fontes da Segurança do governo israelense relataram à Reuters que o Mossad, serviço de inteligência do país, teria sido responsável por planejar e executar os ataques. Espera-se que o Conselho de Segurança se reúna nesta sexta-feira, 20, para tratar sobre as explosões.
Uma série de pagers usados pela milícia libanesa Hezbollah explodiram no Líbano e na Síria nesta terça-feira. Um dia depois, novas explosões foram relatadas no local de um funeral para três membros do Hezbollah e uma criança, mortos no incidente com os pagers. Os alvos, desta vez, foram walkie-talkies. Ao todo, além dos 37 mortos, mais de 3.000 pessoas ficaram feridas nos dois ataques.
Em resposta, o Hezbollah prometeu uma “punição justa” contra Israel, a quem atribuiu autoria de ambos os episódios. Segundo o chefe do grupo, Hassan Nasralla, tratou-se de um “massacre” e as explosões “cruzaram todas as linhas vermelhas e poderiam ser chamados de um ato de guerra ou uma declaração de guerra”.
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Líbano ‘com medo’
O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, afirmou nesta quarta-feira, 18, que o país está “com medo” e que o “governo do Líbano não quer uma guerra” contra Israel. A declaração, feita em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da rede americana CNN.
Em meio à instabilidade na região, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou “uma nova fase nesta guerra” e que tropas israelenses foram deslocadas para o norte, na fronteira com o Líbano. A mudança, segundo Gallant, teria como objetivo “devolver os moradores das cidades do norte às suas casas em segurança”.
“Acredito que estamos no início de uma nova fase nesta guerra, e precisamos nos adaptar”, disse ele à Força Aérea Israelense na Base Aérea de Ramat David. “Precisaremos de consistência ao longo do tempo, esta guerra requer grande coragem, determinação e perseverança”.
“Não esquecemos os reféns e não esquecemos nossas tarefas no sul. Este é nosso dever e estamos realizando-o ao mesmo tempo”, acrescentou.