A Justiça francesa decidiu nesta quarta-feira, 19, pelo julgamento do ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, acusado de corrupção nos próximos meses, juntamente com outros dois réus. Sarkozy, que governou o país entre 2007 e 2012, também responde por tráfico de influência.
Escutas telefônicas realizadas em 2014 mostram o ex-presidente tentando convencer o juiz Gilbert Azibert, por meio de seu advogado Thierry Herzorg, a lhe dar informações sobre uma investigação da qual era alvo. Em troca, prometia ao magistrado um posto de prestígio em Mônaco.
Essas escutas foram realizadas durante apuração das suspeitas de que Sarkozy teria recebido dinheiro do então ditador líbio Muammar Khadafi, em 2007, para sua campanha eleitoral.
A decisão da Justiça francesa foi tomada depois que os últimos recursos da defesa se esgotaram.
Os áudios mostravam Sarkozy e seu advogado conversando sobre a necessidade de obter informações sobre o processo que investigava a suspeita de financiamento ilegal de sua campanha eleitoral, em 2012, por Liliane Bettencourt, herdeira da L’Oréal.
Sarkozy foi absolvido em 2013 no caso Bettencourt. Porém, em maio deste ano, os juízes entenderam que o conluio com a herdeira da L’Oréal ocorreu em paralelo às acusações de que seu partido, o União por um Movimento Popular (UMP), havia fraudado a prestação de contas da campanha junto a uma empresa de Relações Públicas. Por isso, negaram o recurso da defesa e abriram caminho para o julgamento.
Esta é a primeira vez desde 1958 que um ex-presidente será julgado por corrupção. Sarkozy se retirou da política em 2016.
(Com AFP)