Ex-policial se declara culpado por assassinato de George Floyd
Thomas Lane assumiu que não teve intenção de matar ex-segurança, mas também não impediu que morte acontecesse ao testemunhar o ocorrido e não agir
O ex-policial Thomas Lane, acusado de estar envolvido no assassinato de George Floyd em maio de 2020, se declarou culpado por crime de homicídio culposo por negligência, nesta quarta-feira, 18. Na ocasião, o também ex-policial Derek Chauvin se ajoelhou no pescoço de Floyd, um ex-segurança negro, por mais de nove minutos, ocasionando em sua morte.
Ao se declarar culpado, Lane assumiu que não teve a intenção de matar Floyd, mas também não impediu que a morte acontecesse ao testemunhar o ocorrido e não agir. A defesa de Thomas Lane sugeriu que ele cumpra três anos de pena pelo crime que confessou e a sentença deve ser divulgada dia 21 de setembro.
A morte do homem negro de 46 anos gerou indignação generalizada depois que um vídeo que capturou a abordagem do agente de segurança viralizou na internet, mostrando como Chauvin ajoelhou-se sobre o pescoço do suspeito. Desarmado, o ex-segurança detido sob a suspeita de ter utilizado uma nota de 20 dólares falsa repetiu “eu não consigo respirar” diversas vezes até perder a consciência.
Além de Lane e Chauvin, outros dois ex-policiais foram acusados pelo crime: Tou Thao e J. Alexander Kueng, que também aguardam, em liberdade, para serem julgados pelo mesmo crime.
“Estou satisfeito por Thomas Lane ter admitido a responsabilidade por seu papel na morte de Floyd. O reconhecimento de que ele fez algo errado é um passo importante para curar as feridas da família Floyd, da nossa comunidade e da nação”, disse o procurador-geral de Minnesota, Keith Ellison, em comunicado.
Os advogados da família de Floyd disseram que a confissão é “mais um passo para a conclusão do terrível e histórico assassinato”.
No início do mês, o juiz federal responsável pelo caso dos quatro policiais envolvidos na morte de Floyd aceitou o acordo judicial de Chauvin, condenado a 20 a 25 anos de prisão. Ele já havia sido condenado em junho de 2021 a a 22 anos e meio de prisão por homicídio em segundo grau, homicídio em terceiro grau e homicídio culposo em segundo grau. No ano passado, ele também se declarou culpado por “violar os direitos constitucionais” de Floyd.
De acordo com uma pesquisa da Bowling Green State University, além de Chauvin, apenas dez policiais foram condenados nos Estados Unidos por homicídios em serviço desde 2005.