Ex-embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, Victor Manuel Rocha disse nesta quinta-feira, 29, que irá se declarar culpado por acusações de ter servido com agente secreto para o regime comunista de Cuba durante décadas. A declaração foi feita a um juiz federal e as acusações podem levar o diplomata de descendência colombiana à prisão por anos. O advogado de defesa afirmou que os promotores concordaram com uma sentença, no entanto, a duração do prazo não foi divulgada.
“Estou de acordo”, disse Rocha quando questionado pela juíza Beth Bloom, do Tribunal Distrital dos EUA, se desejava mudar a sua confissão para culpado.
Segundo a acusação, Rocha teria iniciado as atividades de espionagem em 1981. Além de ter sido embaixador na Bolívia entre 1999 e 2002, ele já esteve em cargo importantes nas embaixadas americanas em República Dominicana, Argentina, além do escritório americano em Havana.
Segundo os promotores, o ex-embaixador se envolveu em “atividades clandestinas” em nome de Cuba pelo menos desde o início de sua carreira e se reuniu com agentes de inteligência cubanos, fornecendo informações falsas a funcionários do governo sobre seus contatos.
No entanto, as autoridades federais não exemplificaram exatamente o que Rocha fez para ajudar Cuba enquanto trabalhava para o Departamento de Estado após o período como conselheiro especial do chefe do Comando Sul dos EUA.
A acusação se baseia nas próprias confissões do diplomata, feitas no passado a um agente do FBI disfarçado. Na ocasião, ele chegou a elogiar o líder da revolução cubana, Fidel Castro, como “Comandante” e rotulou os EUA de “inimigo”, elogiando seu desempenho como agente infiltrado há mais de 40 anos. Rocha foi preso pelo FBI em dezembro na sua casa em Miami.