O técnico da seleção de futebol da Alemanha, Julian Nagelsmann, revelou nesta sexta-feira, 23, que seu pai, Erwin Nagelsmann, trabalhou como agente do serviço de inteligência federal alemão antes de tirar a própria vida, há 16 anos. Nagelsmann, que já comandou o Bayern de Munique e vai liderar a campanha da Alemanha no Campeonato Europeu de 2024, em junho, afirmou que durante parte de sua juventude ele acreditou que seu pai era um soldado alemão, antes de descobrir que na verdade fazia parte da inteligência secreta do país.
“Não tenho permissão para dizer mais nada sobre isso e nem sei exatamente o que ele fez”, disse Nagelsmann em entrevista ao Der Spiegel. “No entanto, ele não estava em um cargo administrativo”.
Quando soube da morte de Erwin, Nagelsmann afirmou ter lutado para entender as razões pelas quais ele cometeu cometido suicídio. Na época que soube sobre a verdadeira profissão do pai, o treinador tinha entre 15 a 16 anos.
“Não houve compartilhamento de preocupações em seu trabalho. No final, isso colocou muita pressão sobre ele”, disse. “Meu pai não deixou bilhete de suicídio, não houve explicação. Mas a maneira como ele tirou a própria vida deixou claro que sua decisão era absolutamente clara para ele. É uma merda para a família, mas me ajudou a saber que ele realmente queria morrer e não se tratava de um pedido de ajuda ou de um sinal. Acho que tenho que respeitar tal decisão”.
Demissão do Bayern
Em março passado, Nagelsmann foi demitido do Bayern de Munique. Atualmente, o time alemão está procurando de um novo técnico, depois de anunciar a saída de Thomas Tuchel no final desta temporada. O antigo treinador, que ficou quase dois anos no comando do time de Munique, afirmou que tempo não é um luxo concedido aos técnicos do time.
“Fui contratado pelo Bayern com a condição de mudar as coisas”, disse ele. “Existem clubes que te dão tempo. Jürgen Klopp esteve no Liverpool por cinco anos antes de se tornar campeão lá pela primeira vez. Pep Guardiola só conquistou o título da Liga dos Campeões com o Manchester City depois de sete anos. Os treinadores do Bayern de Munique não têm muito tempo para desenvolver algo.”