Europa teme ‘invasão’ de drogas produzidas no Afeganistão
Talibã usa tráfico de ópio para financiar atividades e armas
Autoridades da União Europeia têm demonstrado preocupação com o possível aumento do tráfico de drogas com origem no Afeganistão.
Com a economia dilacerada por décadas de guerra e a falta de autoridade, o tráfico torna-se uma das poucas atividades lucrativas. Sendo, inclusive, utilizado pelos Talibãs como forma de financiar suas atividades e armamentos.
O país já é o maior produtor mundial de ópio, matéria-prima usada na produção de heroína. E, nos últimos quatro anos, tem incrementado a produção de metanfetamina, substância capaz de provocar forte dependência química.
O crescimento produção de metanfetamina é tão intenso que já ultrapassa o comércio ilegal de ópio em uma série de províncias.
Segundo especialistas no país, nos últimos anos tanto autoridades do governo afegão quanto militares americanos não deram atenção suficiente à questão.
Agora, com a retirada dos Estados Unidos, o temor é que a metanfetamina afegã chegar ainda mais facilmente às grandes cidades europeias.
Os afegãos começaram a produzir metanfetamina em 2016, de acordo com um relatório publicado pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT).
O processo começou de forma caseira e improvisada, em laboratórios do tamanho de uma cozinha. Ainda segundo o estudo, os afegãos conseguem produzir a droga extraindo substâncias de remédios de venda livre, como xaropes para a tosse.
O sistema, porém, se acelerou quando descobriu-se a possibilidade de extrair metanfetamina de uma espécie de planta rasteira abundante no país.
Antes usada como lenha, o vegetal agora é colhido e embalado para, em seguida, ser tratado quimicamente. Dali extrai-se a efedrina, composto usado na produção de drogas sintéticas.