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EUA vetam reconhecimento da Palestina como membro pleno da ONU

Entre os 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, foram 12 votos favoráveis, duas abstenções (Reino Unido e Suíça) e um veto (EUA)

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 13h10 - Publicado em 18 abr 2024, 19h39
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  • Os Estados Unidos vetaram nesta quinta-feira, 18, a adesão plena da Autoridade Palestina (AP) às Nações Unidas em sessão do Conselho de Segurança, de forma a impedir que a ONU reconheça a existência de um Estado Palestino. Entre os 15 membros do Conselho, foram 12 votos favoráveis, duas abstenções (Reino Unido e Suíça) e um veto (EUA).

    Washington argumentou que o reconhecimento do território independente deve ser estabelecido entre Israel e a AP, sem envolver a ONU na negociação. “Acreditamos plenamente na solução de dois Estados e num Estado para o povo palestiniano”, disse o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, a repórteres após o anúncio. “Acreditamos que a melhor e mais sustentável maneira de fazer isso é através de negociações diretas entre as partes.”

    A abstenção do Reino Unido e da Suíça seria fruto de um trabalho dos diplomatas americanos, que procuravam demonstrar que o país não está isolado nas deliberações da ONU, de acordo com o jornal britânico The Guardian. É também um reforço ao apoio a Israel — a quem o presidente dos EUA, Joe Biden, estendeu “apoio sólido como uma rocha e inabalável” no início da guerra contra o grupo palestino radical Hamas, em 7 de outubro. O democrata, no entanto, tem reforçado ao aliado que preserve a vida dos civis na Faixa de Gaza, onde mais de 34 mil pessoas foram mortas desde a eclosão do conflito.

    A proposta em votação nesta quinta-feira colocaria em jogo que “o Estado da Palestina fosse admitido como membro das Nações Unidas”, recomendação que seria endereçada à Assembleia Geral da ONU, com 193 membros. Em 2012, a Autoridade Palestina, chefiada pelo presidente Mahmoud Abbas, recebeu status de observador não-membro. Ou seja, não detém poder de voto nas decisões levadas à entidade. Para que a adesão seja efetiva, precisa receber o aval do Conselho de Segurança e de dois terços da Assembleia Geral.

    Israel x AP

    A AP exerce o controle parcial apenas da Cisjordânia, sem governar a Faixa de Gaza — em 2007, militantes do Hamas tomaram controle do enclave palestino. No Conselho, Ziad Abu Amr, enviado especial de Abbas, alertou que “aqueles que estão a tentar perturbar e impedir a adoção de tal resolução não estão ajudando as perspectivas de paz entre palestinos e israelenses, e as perspectivas de paz no Oriente Médio em geral”.

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    Israel, por sua vez, argumenta que o Estado Palestino não preenche as caixas necessárias para que a adesão seja viável. Entre os critérios estão a existência de uma população permanente, território definido, governo e a capacidade de estabelecer relações com países. Frente à barreira americana, o secretário-geral da ONU advertiu sobre a importância da soberania para a contenção das hostilidades no Oriente Médio.

    “As recentes escaladas tornam ainda mais importante apoiar os esforços de boa fé para encontrar uma paz duradoura entre Israel e um Estado palestino totalmente independente, viável e soberano”, discursou na sessão desta quinta-feira. “O fracasso em avançar no sentido de uma solução de dois Estados só aumentará a volatilidade e o risco para centenas de milhões de pessoas em toda a região, que continuarão a viver sob a constante ameaça de violência.”

     

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