EUA suspendem sanções à Venezuela após libertação de presos políticos
Iniciativa ocorre mediante acordo histórico entre oposição e governo Maduro, que marcou eleições presidenciais para o segundo semestre de 2024
![This handout picture released by the Venezuelan Presidency shows Venezuela's President Nicolas Maduro (L) shaking hands with Venezuela's National Assembly President Jorge Rodriguez during a meeting after signing an agreement between the Venezuelan government and opposition talks in Barbados at the Miraflores presidential palace in Caracas on October 18, 2023. (Photo by MARCELO GARCIA / Venezuelan Presidency / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / VENEZUELAN PRESIDENCY / MARCELO GARCIA" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/10/000_33YL9GZ.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Os Estados Unidos suspenderam nesta quinta-feira, 19, as sanções ao petróleo, gás e ouro da Venezuela, impostas em 2019. O alívio temporário ao bloqueio econômico, por seis meses, ocorreu em contrapartida à permissão do líder de Caracas, Nicolás Maduro, para libertar quatro presos políticos.
Entre os libertados estarão o ex-deputado venezuelano Juan Requesens e o jornalista Roland Carreño, assessor do líder político Juan Guaidó. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, ao comunicar a suspensão das sanções, disse que espera o começo da libertação de “todos os cidadãos americanos e presos políticos venezuelanos detidos injustamente” no país.
Ele insistiu, no entanto, na necessidade de revogação das inabilitações políticas, um ponto que ainda está em debate. A decisão poderá ser revertida caso Maduro proíba os candidatos da oposição de concorrer nas eleições de 2024.
A iniciativa ocorreu um dia após um acordo histórico entre oposição venezuelana e o governo Maduro, que estabeleceu para o segundo semestre do ano que vem a realização de eleições presidenciais. Apoiado pelos Estados Unidos, o tratado estabelece garantias eleitorais em uma votação monitorada por autoridades internacionais, incluindo a União Europeia.
Apesar disso, ficou aquém das expectativas americanas. O texto deixou de mencionar, por exemplo, a proibição imposta pelo governo venezuelano a María Corina Machado, líder da oposição, de concorrer a cargos públicos por 15 anos. Segundo a agência de notícias Reuters, os Estados Unidos consideram que se trata de “um acordo parcial rumo a um roteiro eleitoral”.
As sanções americanas foram impostas em 2019, após autoridades ocidentais levantarem suspeitas sobre fraude na reeleição do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Como consequência, Washington proibiu a empresa estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) de exportar seus produtos para uma série de mercados.
O presidente americano, Joe Biden, já havia sinalizado o interesse em reduzir o cerco contra a Venezuela em meio a possíveis concessões de Maduro para garantir um processo eleitoral verdadeiramente democrático. A intenção foi comunicada ao seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, às margens da reunião Juntos por Uma Ibero-América Justa e Sustentável, realizada em abril deste ano.
A decisão de Biden caminha na contramão das propostas do ex-presidente Donald Trump, que defendia uma campanha de “pressão máxima” contra a Venezuela, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).