EUA: Republicanos saem sem resultado da 7ª votação para líder da Câmara
Racha dentro da legenda travou eleição de Kevin McCarthy, rejeitado pela ala republicana de extrema direita
O deputado dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, perdeu nesta quinta-feira, 5, a sétima votação seguida do Partido Republicano para escolher um líder para a Câmara dos Deputados, onde a legenda tornou-se maioria. O candidato falhou em assegurar os 218 votos necessários para obter o cargo, mesmo depois de oferecer uma série de concessões à ala republicana de extrema-direita, que trava o processo.
Com o resultado, o impasse do novo regime da Câmara já entra em seu terceiro dia. É a primeira vez em mais de cem anos que o presidente da casa mais baixa do legislativo não é escolhido na primeira rodada.
Depois de perder uma constrangedora meia dúzia de votos consecutivos em dois dias, McCarthy concordou nesta quinta-feira com mais demandas dos rebeldes de direita. As concessões, que ele anteriormente havia se recusado a aceita, enfraqueceriam consideravelmente o cargo de presidente.
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Uma delas pode permitir que um único deputado force uma votação rápida, no mesmo estilo dos votos de não confiança vistos em regimes parlamentares, como o Reino Unido, para derrubar o presidente, de acordo com o jornal americano The New York Times. Ele também se comprometeu a permitir que a facção de direita escolha a dedo um terço dos membros do partido no poderoso Comitê de Regras, que controla qual legislação chega ao plenário e de que forma.
A última votação indicou, porém, que as concessões não foram suficientes para garantir os votos de que ele precisava para conquistar o posto, que ocupava até agora em condição de líder da minoria, quando o controle ainda estava nas mãos do Partido Democrata antes de eleições legislativas em novembro passado.
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Até que um presidente seja escolhido, a Câmara está essencialmente paralisada, o que significa que não pode aprovar leis ou mesmo empossar seus novos membros. Segundo os precedentes do legislativo americano, os deputados devem continuar votando sucessivamente até que alguém assegure a maioria.
Apesar do Partido Republicano ter tirado os democratas do poder na Câmara, sua maioria é estreita. Ou seja, para aprovar um novo líder, a votação precisa ser praticamente unânime: vencedor precisa de 218 votos, e os republicanos controlam 222 assentos. Na terça-feira 3, McCarthy obteve no máximo 203 votos. Na quarta-feira, o total caiu para 201.
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Os republicanos de extrema-direita alinharam-se atrás de outros candidatos. Na terça-feira, foi Jim Jordan – que sequer tem ambição de tornar-se presidente da Câmara e, inclusive, votou em McCarthy. Na quarta e quinta-feira, mudaram para Byron Donalds, o primeiro candidato negro do partido a líder da Câmara. Não é que esperem que os candidatos sejam vitoriosos – a ideia é só rejeitar McCarthy.
Enquanto isso, todos os democratas estão unidos em torno de seu líder, o deputado Hakeem Jeffries, de Nova York, que obteve o maior número de votos, 212, em todas as seis votações. Quase certamente, contudo, não vencerá o pleito à liderança da casa. Apesar de não estar rachado, afinal, seu partido controla apenas 212 assentos, aquém da maioria de 218 necessária.