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EUA repatriam prisioneiros de Guantánamo, incluindo homem preso por 17 anos sem acusação

Após transferências, 27 pessoas ainda estão detidas na base americana em Cuba - 15 delas sem nenhuma acusação

Por Da Redação
19 dez 2024, 10h54

O governo dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira, 18, a repatriação de dois prisioneiros da prisão de Guantánamo para a Malásia. A rara transferência se dá após os dois malaios se declararem culpados por acusações ligadas a ataques mortais a bomba em Bali, na Indonésia, em 2002, e concordarem em em testemunhar contra o suposto chefe do grupo, segundo o Departamento de Defesa americano.

A transferência, anunciada um dia depois da repatriação de um homem queniano que estava na base militar americana em Cuba há 17 anos sem ser alvo de nenhuma acusação, reduz para 27 o número de detentos no local – 15 deles ainda sem nenhuma acusação formal apresentada.

Promotores dizem que os dois malaios, Mohammed Farik bin Amin e Mohammed Nazir bin Lep, trabalharam por anos com Encep Nurjaman, conhecido como Hambali, um líder indonésio da afiliada da Al-Qaeda Jemaah Islamiya. Isso inclui ajudar Nurjaman a escapar da captura após os atentados de 12 de outubro de 2002 que mataram 202 pessoas em duas casas noturnas em Bali.

Ao longo dos anos, a prisão, criada por George W. Bush após os ataques de 11 de setembro de 2001, se tornou um enorme problema para o governo dos Estados Unidos, que foi acusado de abusar dos direitos humanos. O ex-presidente Barack Obama chegou a ordenar o fechamento de Guantánamo dentro de um ano em 2009, porém a medida foi bloqueada por parlamentares republicanos.

No ano passado, a primeira investigadora das Nações Unidas a ter permissão para visitar Guantánamo pediu ao governo dos Estados Unidos que forneça tratamento de reabilitação urgente para homens torturados por forças americanas após o 11 de setembro. Ela afirma que os detentos devem recebem cuidados físicos e psicológicos e Washington precisa cumprir compromissos sob o direito internacional.

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Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, a monitora da ONU para os direitos humanos no combate ao terrorismo, Fionnuala Ní Aoláin, disse que os EUA têm a responsabilidade de reparar os danos que infligiram a vítimas de torturas durante detenção. O tratamento médico existente, tanto no campo de prisioneiros em Cuba como para os detidos libertados para outros países, era inadequado para lidar com múltiplos problemas, como lesões cerebrais traumáticas, incapacidades permanentes, distúrbios do sono, flashbacks e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

“Esses homens são todos sobreviventes de tortura, um crime único sob a lei internacional e precisam urgentemente de cuidados”, disse Ní Aoláin. “A tortura quebra uma pessoa, tem objetivo de tornar ela indefesa e impotente para que ela pare de funcionar psicologicamente, e em minhas conversas com atuais e ex-detentos, observei os danos que isso causou.”

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