Os Estados Unidos ultrapassaram, nesta quinta-feira, 12, a marca de 1 milhão de mortes causadas pela Covid-19, de acordo com dados oficiais, cerca de dois anos depois que dos primeiros casos registrados da doença.
O presidente Joe Biden afirmou que o marco é “trágico”, dizendo em comunicado que o país deve “permanecer vigilante contra a pandemia”. Biden também pressionou o Congresso a aprovar um pacote de US$ 10 bilhões para aumentar a disponibilidade de testes, tratamentos e vacinas contra o coronavírus no país.
A marca de 1 milhão é um lembrete do peso da pandemia, durante um momento em que a ameaça do vírus começa a ser esquecida por muitas pessoas. A taxa é de cerca de uma morte para cada 327 americanos, ou mais do que toda a população das cidades de São Francisco, na Califórnia, ou Seattle, no estado de Washington.
Quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma pandemia global em 11 de março de 2020, o vírus havia matado 36 pessoas nos Estados Unidos. Nos meses que se seguiram, a Covid-19 se espalhou especialmente em áreas urbanas densamente povoadas, como a cidade de Nova York, mas chegou a todos os cantos do país.
Em junho de 2020, o número de mortos nos Estados Unidos superou o total de militares americanos perdidos na Primeira Guerra Mundial. Em janeiro do ano seguinte, excedeu as perdas na Segunda Guerra Mundial, quando mais de 405.000 mortes foram registradas.
A doença deixou poucos lugares intocados, com 6,7 milhões de mortes confirmadas em todo o mundo. O número real, que inclui tanto os que morreram devido ao coronavírus quanto os que perderam suas vidas como resultado indireto, está mais próximo de 15 milhões, segundo a OMS.
As vacinas começaram a ser distribuídas nos Estados Unidos em dezembro de 2020 e milhões de americanos já tomaram suas doses. Mas no início de 2021, o vírus já havia tomado 500.000 vidas. Destas, mais de 1.000 eram crianças. E 213.000 crianças perderam pelo menos um dos pais por conta da Covid-19.
Com a ameaça da doença em queda após a onda Omicron no ano passado, muitos americanos já abandonaram as máscaras e voltaram aos escritórios nas últimas semanas. Restaurantes e bares estão mais uma vez repletos de clientes, e as maiores preocupações da população são a inflação e economia.
No entanto, Anthony Fauci, principal especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos, ressalta: “De forma alguma a pandemia acabou.”
Pode ser que o número de mortos exato da pandemia nunca seja descoberto, porque algumas pessoas que morreram infectadas não foram testadas e não aparecem nos dados. Outros, apesar de terem Covid-19, podem ter morrido por outro motivo, mas ainda assim foram contabilizados.
Os Centros de Controle de Doenças (CDCs) estimam que, desde 1º de fevereiro de 2020, houve 1,1 milhão de mortes em excesso. O excesso de mortalidade é o aumento do número total de óbitos, por qualquer causa, em relação aos anos anteriores.