O Pentágono enviou ordens de “preparação para mobilização” a cerca de 2 mil soldados americanos nesta segunda-feira, 16, para ficarem prontos para uma possível convocação para lutar ao lado de Israel contra o grupo terrorista palestino Hamas.
Segundo reportagem da agência de notícias Associated Press, duas autoridades dos Estados Unidos disseram, sob condição de anonimato, que a decisão de enviar militares americanos para o Oriente Médio ainda não foi confirmada.
Os soldados não devem engajar em combates diretos, mas cobrir uma variedade de funções de apoio, como auxílio médico adicional ou compartilhamento de expertise sobre munições explosivas. Além disso, devem fornecer também segurança adicional nas passagens do muro tecnológico que cerca a Faixa de Gaza, a “Parede de Ferro”.
A Associated Press informou que, segundo as autoridades americanas, os militares não serão enviados para Israel, mas poderão ir para países da região.
As forças israelenses, apoiadas por um destacamento crescente de navios de guerra dos Estados Unidos na região e pela convocação de cerca de 360 mil reservistas, posicionaram-se ao longo da fronteira de Gaza ao longo da semana passada, em antecipação ao que Israel disse que seria uma ampla campanha para desmantelar o Hamas.
Israel disse que já atingiu dezenas de alvos militares, incluindo centros de comando e pontos de lançamento de foguetes, e também matou comandantes do Hamas. No entanto, uma semana de ataques aéreos violentos também demoliu bairros inteiros, e ainda não conseguiu conter ataques aéreos contra o território israelense. Ainda não há previsão para uma incursão terrestre, que poderia acelerar uma crise humanitária em Gaza.
Desde o ataque surpresa do grupo terrorista palestino, no dia 7 de outubro, o Pentágono decidiu duplicar o poder de fogo americano no Oriente Médio, na tentativa dissuadir uma guerra regional mais ampla e para defender os interesses americanos na área.
O secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, disse no sábado 14 que enviaria um segundo porta-aviões para o Mediterrâneo oriental “para dissuadir ações hostis contra Israel ou quaisquer esforços para ampliar esta guerra”. A Força Aérea também prometeu aviões de ataque terrestres para a região do Golfo Pérsico, duplicando o número de jatos F-16, A-10 e F-15E no terreno. Assim, os Estados Unidos terão uma armada aérea de mais de 100 aviões de ataque na região.
O Pentágono também enviou uma pequena equipa de forças de Operações Especiais a Israel para ajudar com informações e planejamento de quaisquer operações para ajudar a localizar e resgatar os 199 reféns que se acredita que o Hamas sequestrou.
Washington já fornece a Tel Aviv mais de US$ 3 bilhões de dólares em assistência militar todos os anos. O Pentágono também já tem posicionados arsenais de armas e munições no valor de cerca de US$ 2 bilhões de dólares em seis locais em Israel. Embora os arsenais primordialmente forneçam insumos para os Estados Unidos usarem em conflitos no Oriente Médio, o governo israelense também tem acesso aos recursos militares em emergências.
Segundo o governo americano, o envio de forças e equipamentos bélicos adicionais tem por objetivo dissuadir o Irã, a Síria ou qualquer facção apoiada por Teerã, como o Hezbollah, de se juntarem ao conflito. No entanto, há temores de que os Estados Unidos possam ser arrastados para a guerra, o que aumentaria ainda mais sua escala de destruição.