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EUA não vão ‘prejulgar’ resultado eleitoral na Venezuela, diz chefe da diplomacia

Secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu que partidos respeitem processo democrático no país sul-americano

Por Da Redação
28 jul 2024, 17h19

O Secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que os Estados Unidos não prejulgariam os resultados das eleições presidenciais na Venezuela, que vai às urnas neste domingo, 28. No entanto, o chefe da diplomacia da Casa Branca pediu que todos partidos respeitem o processo democrático, em meio a temores generalizados de fraudes e manipulação dos resultados por parte do regime de Nicolás Maduro.

Pouco antes do início da votação no país sul-americano, Blinken disse em uma entrevista coletiva em Tóquio que os Estados Unidos e toda a comunidade internacional estariam observando o pleito de perto e com atenção.

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“Os Estados Unidos não irão prejulgar o resultado. Esta é uma escolha dos venezuelanos. Mas o povo venezuelano merece uma eleição que reflita genuinamente sua vontade, livre de qualquer manipulação”, disse Blinken.

Sanções dos EUA

Em outubro do ano passado, integrantes do governo de Maduro e da oposição venezuelana se reuniram em Barbados para assinar um acordo mediado por diplomatas da Noruega que garantia respeito às regras nas eleições presidenciais de 2024. Quem vencesse levaria, em respeito à Constituição. Observadores estrangeiros zelariam pelas regras e pela paz. O presidente bolivariano prometeu andar na trilha do bom senso, mas não.

Do tratado parece ter restado apenas a data do pleito, 28 de julho, que não por acaso é a do aniversário de Hugo Chávez, que em 2009 fez aprovar uma emenda constitucional para permitir reeleições ilimitadas. Ao morrer de câncer, em 2013, abriu-se a porta para seu vice, Maduro. Nas últimas semanas, o ditador tem exibido garras autoritárias com uma intenção evidente: permanecer mais um mandato — seria o terceiro — no Palácio de Miraflores.

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+ Rival cresce nas pesquisas e Maduro acirra o cerco à oposição na Venezuela

Washington aliviou as sanções à indústria petrolífera da Venezuela em outubro passado, em resposta ao acordo de Barbados. No entanto, diante do rol imenso de irregularidades – que incluiu a declaração de inelegibilidade de María Corina Machado, vencedora das primárias da oposição, a prisão de quase 40 dissidentes só neste ano e a expulsão do escritório das Nações Unidas para os direitos humanos em Caracas –, o governo americano restabeleceu parcialmente o bloqueio à economia do país sul-americano.

Respeitar os resultados

No poder há doze anos, Maduro tornou-se um mestre em driblar resultado eleitoral e proclamar que, apesar da pilha de evidências em contrário, é um mandatário legítimo. Na última votação, em 2018, conquistou o segundo mandato com uma receita que incluiu a desqualificação dos principais candidatos de uma oposição fragmentada e a desmobilização da população, que mais se absteve (54%) do que compareceu às urnas. Foi o que bastou para ele cantar vitória, com 67% dos votos.

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Neste domingo, 28, a situação será mais complicada: Maduro vai enfrentar uma oposição unida e uma sociedade mobilizada. Pesquisa divulgada pelo Instituto Delphos, na terça-feira 23, indicou que a coalizão de onze partidos que desafia o regime está 35 pontos à frente, com 60% das intenções de votos, e que a participação deve bater nos 80%. Restará ao presidente bolivariano, nesse cenário, duas opções: ou assume de vez o autoritarismo, ou admite que perdeu.

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Autoridades dos Estados Unidos disseram que calibrarão sua política de sanções em relação à Venezuela a depender de como as eleições forem realizadas. Neste domingo, Blinken só afirmou por enquanto que Maduro não cumpriu muitos dos compromissos que assumiu bo acordo de Barbados, mas enfatizou que ainda havia “enorme entusiasmo” antes da eleição.

“Pedimos a todas as partes que honrem seus compromissos e respeitem o processo democrático”, disse Blinken.

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