Os Estados Unidos não irão suspender “neste momento” as restrições de viagem para entrar em seu território, confirmou a Casa Branca nesta segunda-feira, 26. A medida se dá em meio às preocupações com a variante Delta do coronavírus, que tem maior poder de transmissão, e o aumento de casos de Covid-19 no país.
Em entrevista à imprensa, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, confirmou que a intenção do governo de Joe Biden é manter as restrições atuais, sem uma expansão por enquanto. Ela ressaltou que a variante Delta está se espalhando no país e no resto do mundo e, no caso dos EUA, provocou uma nova onda que atinge principalmente pessoas não vacinadas.
A variante Delta já representa, pelo menos, 83% dos casos de Covid-19 no território americano. No país, houve uma alta de 47% na quantidade de positivos, enquanto as internações hospitalares subiram 32%. Ao todo, o país soma 34,1 milhão de casos, incluindo cerca de 609.000 mortes, e, na última semana, foi registrado um aumento de quase 48% em mortes em relação à semana anterior.
Atualmente, os EUA proíbem a entrada de praticamente todos cidadãos que não são norte-americanos e que nas últimas duas semanas estiveram em Reino Unido, Irlanda, China, Índia, África do Sul, Irã, Brasil e os 26 países europeus que formam o espaço Schengen.
Na semana passada, o governo americano afirmou que fronteiras terrestres do país com Canadá e México continuarão fechadas para viagens não essenciais até pelo menos 21 de agosto. Do lado contrário, Canadá anunciou que pretende começar a permitir a entrada de turistas norte-americanos totalmente imunizados a partir de 9 de agosto.
Por outro lado, Psaki considerou normal que as autoridades sanitárias do país mantenham uma discussão “ativa” sobre as medidas a serem tomadas. No domingo, o epidemiologista Anthony Fauci, uma das principais autoridades do país na luta contra a Covid-19, admitiu que o país pode voltar a recomendar que vacinados contra a doença utilizem máscaras, principalmente em ambientes fechados.
Em todos os casos, a porta-voz salientou que o governo tomará decisões de acordo com as recomendações dos seus responsáveis científicos e sanitários, sempre com base “nos dados” e não como uma decisão política.
Os Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, sigla em inglês) estabeleceram em maio que as pessoas totalmente vacinadas nos Estados Unidos poderiam permanecer sem máscara na maior parte do tempo, mesmo se estivesse em ambientes fechados ou com um grande grupo de pessoas.
No entanto, no domingo Anthony Fauci admitiu que agora está considerando recomendar que os vacinados voltem a usar a máscara, dado o aumento das infecções que está levando o país “na direção errada”. O que continua obrigatório no país até setembro é o uso de máscaras em aviões.
Questionada se o governo está considerando estender essa regra devido à variante delta, Jen Psaki não quis fornecer mais detalhes sobre o debate interno, mas disse que o CDC está trabalhando em regras que servirão de guia para o público e as companhias aéreas.
Quanto às palavras de Fauci dizendo que o país está indo na “direção errada”, a porta-voz atribuiu isso ao fato de ainda haver uma boa parte da população não vacinada. No total, mais de 55% dos americanos já receberam ao menos uma dose e 48% estão completamente imunizados. No entanto, os pontos onde há falta de vacinação permitem a rápida expansão da variante Delta.
“Os dados continuam mostrando que se você for vacinado, está protegido e é muito improvável que fique doente ou seja hospitalizado”, acrescentou.
(Com EFE)