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EUA: manifestantes derrubam estátua que homenageia confederados

Protesto foi convocado inicialmente para exigir a retirada da estátua e de todos os símbolos confederados que restam na Carolina do Norte

Por Da redação
Atualizado em 15 ago 2017, 10h10 - Publicado em 15 ago 2017, 10h03

Um grupo de manifestantes derrubou na segunda-feira (15) uma estátua em homenagem aos soldados dos estados Confederados da América em Durham, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, durante um protesto contrário aos símbolos da Confederação.

Os manifestantes amarraram uma corda ao pescoço da estátua e a derrubaram no chão. Depois, muitos aproveitaram para chutar o monumento caído no chão, como mostra o vídeo abaixo.

O protesto estava convocado inicialmente para exigir a retirada da estátua e de todos os símbolos confederados que restam na Carolina do Norte. Segundo os organizadores do protesto, a motivação é para que esses símbolos “não matem mais gente” em alusão aos incidentes em Charlottesville, na Virgínia, quando um supremacista branco matou uma mulher ao avançar com seu veículo contra uma manifestação antirracista.

A mobilização em Charlottesville repudiava a presença de grupos de extrema-direita que protestavam pela decisão da prefeitura local de remover a estátua de um general confederado.

A estátua de Durham, cidade com cerca de 260 mil habitantes, foi instalada nos jardins dos antigos tribunais em 1924.

O debate sobre as estátuas e símbolos confederados explodiu nos Estados Unidos depois que Dylann Roof, um jovem supremacista branco fascinado pelos Estados Confederados, assassinou em junho de 2015 nove paroquianos de uma igreja da comunidade negra na Carolina do Sul.

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As autoridades começaram então a retirar algumas das estátuas e símbolos dos Estados Confederados que estão espalhados pelo sul do país. Estima-se que ainda há cerca de 1.500 monumentos vinculados aos confederados de pé.

 

A polêmica bandeira dos confederados

Bandeira dos confederados
Manifestante segura uma bandeira de dos confederados em Nova Orleans, no estado americano de Loiusiana – 04/05/2017 (Justin Sullivan/Getty Images)

Para alguns, um símbolo histórico dos Estados da cultura do sul do país; para vítimas do racismo, a lembrança de um passado de segregação no território americano. A “bandeira da batalha” dos Estados Confederados, usada na Guerra Civil americana, aparece até hoje em souvenires e como parte da bandeira do Mississipi. O símbolo data do ano 1860, mas ainda é motivo de debate feroz entre americanos, como outras heranças culturais do período.

Há 157 anos, onze Estados ao sul do país entraram em dissidência com o poder federal, principalmente por seu desejo de manter a escravidão, e formaram, assim, os Estados Confederados da América. A bandeira desapareceu com a derrota da Confederação, mas voltou a surgir como uma marca do orgulho sulista. As críticas surgiram quando grupos de supremacia branca, com o Ku Klux Klan, começaram a adotá-la.

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Desde então, diversos estados americanos proibiram o uso oficial do símbolo, que foi barrado até da gigante varejista online Amazon. Aqueles que defendem seu uso – nem sempre extremistas brancos, mas também eles – ainda a exibem com orgulho em protestos conservadores, que cresceram com a vitória de Trump.

Em 15 de maio deste ano, o debate voltou ao centro da cidade de Charlottesville, em Virginia. Manifestantes portaram tochas, além de alguns símbolos racistas, em protesto contra a retirada de uma estátua de Robert Lee, o general dos Estados escravistas da Confederação, por decisão da Câmara Municipal. A manifestação, convocada pelo supremacista branco Richard Spencer, foi criticada pelo prefeito democrata Michael Signer.

Judeu, Singer chegou a receber mensagens anti-semitas nas redes sociais, mas não voltou atrás na decisão. Moradores da cidade também fizeram eventos de oposição ao protesto dos “confederados” – bem maiores, claro, que a manifestação em prol da homenagem a Lee.

Neoconfederados trazem tochas para 'proteger' a estátua nos EUA
Neoconfederados trazem tochas para ‘proteger’ a estátua do general Lee em Charlottesville, nos Estados Unidos – 14/05/2017 (@WrrrdNrrrdGrrrl/Twitter)

(Com EFE)

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