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EUA: Expectativa de vida tem maior declínio em 100 anos

Especialistas citam sistema de saúde fragmentado e caro, além de estilo de vida baseado na má alimentação e ausência de atividades físicas

Por Matheus Deccache 31 ago 2022, 14h18

A expectativa de vida média dos Estados Unidos caiu de maneira vertiginosa entre 2020 e 2021 e teve seu maior declínio em quase 100 anos, à medida que a lembrança da pandemia do coronavírus ainda deixa marcas na sociedade americana, de acordo com o Centro Nacional de Estatísticas de Saúde, em relatório publicado nesta quarta-feira, 31. 

Em 2021, o americano médio registrou uma expectativa de vida de 76 anos, número que representa uma queda de três anos em comparação com 2019. Segundo os dados, a redução foi particularmente maior entre os indígenas e os moradores do Alasca, que totalizaram quatro anos a menos em suas expectativas de vida em 2020. 

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Em 2021, o encurtamento foi visto mais entre os americanos brancos do que entre os negros, que sofreram maiores reduções no primeiro ano de pandemia. Embora a Covid-19 tenha sido grande responsável pela diminuição na expectativa de vida, outros motivos também contribuíram para o cenário, como overdoses de drogas, mortes por doenças cardíacas, doenças hepáticas crônicas e cirrose, segundo o novo relatório.

A situação americana é particularmente diferente em relação a outros países afetados pela pandemia. Enquanto a grande maioria conseguiu elevar novamente suas expectativas em 2021, os Estados Unidos viram seus números caírem ainda mais. Isso está diretamente relacionado com a dificuldade de grande parte da população em aceitar as campanhas de vacinação e o uso de medidas protetivas, como isolamento social e utilização de máscaras. 

Além disso, os problemas de saúde de longa data, enraizados na pobreza, discriminação e falta de acesso aos cuidados básicos deixaram os indígenas americanos e moradores do Alasca particularmente vulneráveis ao vírus. 

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De acordo com dados nacionais, uma em cada sete pessoas desses dois grupos tem diabetes, a taxa mais alta entre grupos raciais e étnicos de todo os Estados Unidos, e muitos lutam contra a obesidade e o excesso de peso, tornando-os mais suscetíveis à doença. 

Depois desses grupos, os americanos brancos foram os que mais registraram declínio na expectativa de vida em 2021, caindo de 77,4 em 2020 para 76,4 no ano seguinte. Na sequência, estão os americanos negros e os hispano-americanos, com quedas de 0,7 e 0,2, respectivamente. 

Apesar da queda contida no período, essas duas parcelas da população viram suas perspectivas desabarem no ano anterior. Entre 2019 e 2020, a idade média de vida do hispano-americano caiu de 81,9 para 77,9, enquanto a dos americanos negros foi de 74,5 para 71,5. Os brancos, no entanto, registraram uma diminuição de apenas 1,4 ano no mesmo período – 78,8 para 77,4.

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Entre os grupos étnicos presentes nos Estados Unidos, o dos americanos asiáticos é o que detém a maior expectativa de vida. De 2020 para 2021, a média caiu de 83,6 para 83,5. 

A redução vista em 2021 é a maior que se tem registro no país desde 1923 e isso pode ser explicado, de acordo com especialistas, devido a “desvantagem da saúde americana”, que inclui um sistema fragmentado e com fins lucrativos, um estilo de vida baseado na má alimentação e na ausência de atividades físicas, além de fatores de risco generalizados, como tabagismo, acesso generalizado a armas, pobreza e poluição. Nos grupos étnicos minoritários, esses problemas são ainda mais potencializados devido ao racismo e à segregação. 

Por fim, a pesquisa apontou também a diferença na expectativa de vida entre homens e mulheres, que vem aumentando nos últimos anos após registrar queda na década anterior. Segundo os dados, as mulheres americanas agora podem esperar viver 79,1 anos, quase seis anos a mais que os homens, cuja expectativa média de vida era de 73,2 no ano passado. 

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